Mais um atentado do crime organizado aconteceu ontem à noite em São Paulo. Desta vez o alvo foi a Base da Inspetoria Regional de Itaquera da Guarda Civil Metropolitana (GCM). A bordo de três motos, seis pessoas atiraram contra os guardas que se encontravam próximos ao muro da base. Nenhum tiro acertou o alvo mas era possível ver as marcas de bala na parede e no muro
"A nossa reação imediata foi o revide, atiramos também. Só depois que você vai pensar em alguma coisa", disse um dos guardas que participou do tiroteio. "Foi tudo muito rápido, não deu pra ver quase nada", disse o um dos policiais
Na rua do Hipódromo, no bairro do Brás, uma agência do Unibanco foi alvo de vandalismo ontem, por volta das 22h30. Os criminosos quebraram quatro terminais, os vidros do Caixa 24 horas, jogaram gasolina e atearam fogo na agência. "Não dá pra dizer que foi PCC, mas que foi vandalismo, isso é certo. Eles não tentaram levar dinheiro", disse o soldado PM Paulo Rodrigues, que fazia a vigília do local enquanto aguardava a perícia técnica
Em Ferraz de Vasconcelos, a 40 quilômetros da capital paulista, quatro rapazes, dois deles menores de idade, foram detidos pela polícia quando entregavam panfletos pedindo pelos direitos dos presos, denunciando maus tratos e abusos nas cadeias, criticando o governo e conclamando os olhos da imprensa para "a verdade" dos presídios
Junto com os quatro jovens foram apreendidos 494 panfletos que ainda não haviam sido entregues. O flagrante aconteceu às 21h30 do sábado. Hoje, por volta das 2h40, o quarteto foi liberado. "Eles estavam numa festa, ofereceram R$ 10 para que entregassem os papéis e os bobos aceitaram", explicou Delvite Rosa dos Santos Silva, mãe dos dois menores R.S.S., de 15 anos e L.S.S., de 16, enquanto aguardava a liberação dos filhos na delegacia de Ferraz de Vasconcelos. "Eles têm de tudo em casa, não passam fome, estou muito decepcionada com isso, disse ela
Para o pedreiro Emiraldo de Jesus, de 42 anos, pai de um dos "panfleteiros", eles não são marginais e agora vão pagar pelo que nunca fizeram. "Agora isso vai sair no jornal e na TV. Quem vai dar emprego pra esses meninos?", disse, preocupado
A panfletagem foi interrompida antes que os quatro recebessem o pagamento dos R$ 10, que aconteceria somente quando todos os papéis fossem entregues. O autor da proposta permanece no anonimato, pois nenhum dos quatro rapazes detidos conseguiu dar pistas. No entendimento do próprio delegado de Ferraz de Vasconcelos os quatro "entraram de gaiato" na história
O mesmo texto dos panfletos estava em uma faixa, de aproximadamente cinco metros, que seria fixada na parede da estação de trem Gianete, às 23h30 do sábado, também em Ferraz de Vasconcelos. Surpreendidos pela polícia, os homens pularam a linha do trem e fugiram. A faixa foi levada para a delegacia
Também em Ferraz de Vasconcelos um carro da GCM foi alvo de disparos na Avenida Getúlio Vargas. Nenhum dos tiros acertou a viatura. Os atiradores conseguiram fugir por um terreno baldio
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