O piloto brasileiro Rubens Barrichello foi cauteloso ao comentar as novas regras aprovadas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA) para a próxima temporada da Fórmula 1. Apesar de acreditar que o novo regulamento possa trazer mais competitividade à disputa do ano que vem, Rubinho destacou que, na sua opinião, dificilmente as grandes equipes perderão a hegemonia em 2003.
?Eu acho que as equipes maiores, com mais dinheiro, podem fazer mais do que as menores em qualquer área. Não só na área de classificação?, afirmou o piloto da Ferrari, ao repercutir a declaração do inglês Adrian Newey, diretor-técnico da McLaren, que na segunda-feira afirmou que a definição do grid de largada pelo novo regulamento elevará bastante os custos das equipes, que poderão desenvolver carros específicos para os treinos.
?As equipes grandes sempre terão melhor acesso para melhorar o carro um pouco mais rápido que as equipes menores?, salientou Barrichello, que nesta terça-feira visitou a fábrica da Fiat Automóveis, em Betim, na região metropolitana da capital mineira.
Para Rubinho, a eficácia do novo regulamento só poderá ser avaliada na pista. ?Está tudo muito no ar?, disse. ?As regras são feitas para melhorar o evento e talvez isso possa acontecer. Na minha opinião, vai fazer do evento um pouquinho mais competitivo?.
GUERRA – Ao ser questionado se, após conquistar o vice-campeonato mundial deste ano, poderá adotar na próxima temporada uma postura mais agressiva dentro da escuderia italiana, Barrichello preferiu a diplomacia. ?Algumas coisas eu falo e vejo na manchete de jornal que Rubinho quer bater Michael Schumacher. Para ser campeão do mundo, é lógico que eu vou ter de batê-lo, não tenha dúvida. Só que é uma coisa que na minha cabeça, e no meu coração é super da paz?, disse.?O brasileiro tenta pegar essa coisa como uma guerra?, reclamou.
Sobre a Ferrari 2003, Barrichello evitou comentários. Disse apenas que ?no papel?, o carro ?é muito bom?, com avanços aerodinâmicos e na parte mecânica.
BRASILEIROS – Rubinho comemorou a chegada de dois novos brasileiros na F1, principalmente o anúncio nesta terça-feira de que o piloto Cristiano da Matta – campeão da Cart este ano – irá correr pela Toyota na temporada 2003. ?Moramos juntos na Inglaterra. Eu já estava na Fórmula1 e ele estava na Fórmula 3. É um super amigo para mim. Eu estou super contente. Ele vai ser um ótimo companheiro?.
Além do mineiro Cristiano da Matta, o outro brasileiro que estréia no ano que vem na principal categoria do automobilismo mundial é o amazonense Antônio Pizzonia, conhecido no circuito como ?Jungle Boy?. Ele acertou recentemente com a equipe Jaguar.
?Acho que para o Brasil é sempre um sucesso ter essa média de dois, três pilotos. É uma nova leva de talentos e acho que para o País é excepcional?.
Barrichello foi homenageado pela manhã na fábrica da Fiat. O piloto visitou a linha de montagem e depois deu voltas na pista de testes da montadora. ?Deu para ver pelo retrovisor que eles estavam suando?, disse, brincando com os cinegrafistas que resolveram acompanhá-lo no passeio.
No auditório da empresa, onde falou para funcionários e estudantes secundaristas de Betim e Belo Horizonte, o piloto recebeu uma grande bandeira quadriculada com os dizeres: ?Valeu Rubinho?. ?Para mim é essencial estar aqui e receber esse calor?, agradeceu.