Antes de o campeonato que acabou dia 22 em Interlagos começar, ainda em fevereiro, Rubens Barrichello deixou claro o entusiasmo com o carro de sua nova equipe, a Honda: ‘Acho que em algumas corridas nós vamos ser os mais rápidos enquanto em outras a Renault deverá ter alguma vantagem.’ Afirmou mais: ‘Nós iremos disputar as vitórias e quem ganha corridas pode chegar ao título.
A disputa com o companheiro na Honda, o inglês Jenson Button, nem entrava em questão. Depois de aprender bastante na Jordan, Stewart e nas seis temporadas ao lado de Michael Schumacher na Ferrari, 215 GPs de experiência, seu nível de desenvolvimento era tal que Button não seria ameaça.
Veio o último GP do calendário, no Brasil, e a performance da Honda ao longo do ano foi até certo ponto decepcionante, apesar da vitória na Hungria, mas sob condições bastante especiais: Alonso fora da competição e Michael Schumacher sem pneus de chuva eficientes.
A Ferrari, que Rubinho não citou como favorita, quase foi campeã e Barrichello ainda perdeu feio a concorrência para Button, contra a maioria das projeções. Até dele próprio.
Como na Stewart, em que o privilégio da primeira vitória da história da escuderia foi do seu parceiro, Johnny Herbert, na Honda, nessa sua volta à F-1, o mérito coube a Button, em Budapeste.
Sua imagem, que já era desgastada no País, sofreu outro duro golpe. Para complicar ainda mais, Felipe Massa, seu substituto na Ferrari, venceu em Interlagos já na estréia em casa com o carro da equipe italiana. Rubinho teve seis chances e não conseguiu.
Nesta entrevista exclusiva, concedida em São Paulo, o piloto da Honda abre o coração. Expõe em detalhes as grandes dificuldades com a mudança de equipe, diz saber lidar com a pressão da torcida, demonstra sentir menos do que se pensa a frustração dos brasileiros com seu trabalho, e mostra enorme confiança com a temporada de 2007.
