É a eleição, é a votação de medidas de interesse, é agora a eleição do ?primeiro-irmão? para o Tribunal de Contas. Falando nisso, não dá para contar o número de vezes que o governo do Estado usou de sua influência e de possíveis barganhas políticas para conseguir seus objetivos na Assembléia Legislativa. Apesar de ter, na soma dos partidos aliados, deputados suficientes para aprovar o que bem quiser, o governador não consegue unir sua base em momento algum.
O objetivo da vez é colocar o atual secretário da Educação, Maurício Requião, no Tribunal de Contas do Estado (TCE) na vaga de Henrique Naigeboren, que está se aposentando (completou 70 anos e terá que deixar o tribunal). O afastamento ainda não foi formalizado e ainda não foram abertas as inscrições, mas a disputa já está aberta há tempos, e o governador quer porque quer emplacar o irmão no TCE logo.
Há alguns motivos para que o mandatário tenha tanto interesse no assunto. Primeiro, pelas inimizades que o secretário da Educação conquistou nos seis anos em que comanda a pasta. Maurício Requião tem os mesmo rompantes do irmão mais velho – começou com isso depois de assumir a secretaria, já que antes era considerado uma ?cópia mais leve? do governador. Hoje, ele serve até como ?executor? de ataques mais pesados do governo estadual contra a imprensa, e parece se divertir com isso.
Roberto também quer colocar Maurício no TCE pela falta de futuro político do irmão, que não poderá se candidatar em 2010 caso o governador do Estado saia candidato (ao Senado ou, como sonha, à Presidência da República), e depois talvez seja tarde para uma retomada política – além do fato inexorável que a ?era Requião? está no final.
E aí a política paranaense vira palco de um jogo entre familiares para que todos tenham um bom futuro. E o Tribunal de Contas, nobre espaço de nosso serviço público, entra como personagem involuntário da história, vendo sua importância reduzida por conta dos caprichos de quem não consegue admitir o contraditório ou ser questionado por qualquer atitude que tomar.
