A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) começou por Curitiba um protesto que pretende seja levado a todo o Brasil no mês de outubro. Segundo a Abrasel, pelo menos 100 bares e restaurantes da cidade aderiram ao boicote aos vales-refeição e deixaram de aceitá-lo hoje. A associação protesta contra as taxas cobradas pelas administradoras que, segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci Júnior, chegam a até 10%.
"As pequenas empresas operam com taxas de 2% a 2,5%, que são muito razoáveis, mas há um pequeno grupo formado pelas três maiores – Vale Refeição, Ticket Restaurante e Sodexho – que pratica taxas a partir de 5,5% e algumas até 8%. Com as taxas acessórias de cadastro, antecipação e manutenção de equipamentos superam a 10% do faturamento bruto do restaurante", disse.
"Isso acaba gerando um repasse ao consumidor." De acordo com o presidente da Abrasel, entre as grandes apenas a Visa Vale cobra taxas entre 3% e 4,5%.
Segundo Solmucci Júnior, em 2002 houve uma reunião entre a Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert), que reúne as grandes empresas, a Abrasel e alguns sindicatos, com a intermediação do então ministro do Trabalho, Francisco Dornelles. Ele diz que, nesse encontro, foi assinado um acordo pelo qual as operadoras assumiam o compromisso de praticar taxa de no máximo 3,5% depois que fossem implantados os tíquetes eletrônicos.
A taxa baixaria para 2,5% no segundo ano, podendo chegar a até 2%. "Para nossa surpresa, a Assert ignorou totalmente o compromisso escrito e hoje pratica taxas a partir de 5,5%.
Solmucci Júnior disse acreditar na formação de um cartel e que , por isso, vai solicitar a intervenção do Ministério Público e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Assert informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre essa questão.
