Empossado nesse domingo como arcebispo de São Paulo, a maior arquidiocese da América do Sul, dom Odilo Pedro Scherer, secretário-geral da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é um dos nomes mais cotados para assumir a presidência da entidade na assembléia geral marcada para esta semana, em Aparecida.
Figura em ascensão na hierarquia católica brasileira, dom Odilo, se confirmadas as previsões, vai substituir dom Geraldo Majela Agnelo, que durante muitos anos exerceu o bispado em Londrina.
O novo arcebispo de São Paulo foi cauteloso ao discorrer sobre suas posições políticas e, na recente sabatina promovida pelo jornal Folha de S. Paulo, alguns dias antes da solenidade de posse na Catedral da Sé, elogiou tanto Luiz Inácio Lula da Silva quanto seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso.
Mesmo reconhecendo nas invasões promovidas pelo MST um instrumento eficaz de pressão pela reforma agrária, dom Odilo foi categórico na ênfase do potencial de violência que tais eventos contêm. Liberalização do aborto, pesquisas com células-tronco, uso de preservativos e aceitação da homossexualidade, contudo, foram temas em que o prelado defendeu a posição intransigente da igreja.
Na CNBB não são admitidos os lançamentos de candidaturas formais à presidência. Os nomes surgem espontaneamente do consenso dos grupos mais representativos, e a eleição ocorre sob o manto da sobriedade peculiar à barca de Pedro.