O diretor Financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse hoje que a Petrobras pode receber o pagamento pelas duas refinarias vendidas à estatal boliviana YPFB por US$ 112 milhões tanto em dinheiro quanto em gás natural. "Isso não está sendo discutido no momento. Ficou acertado que seria pagamento feito em dinheiro mas para nós gás é o mesmo que dólar", disse.
Barbassa disse que o valor a ser pago pela Bolívia para aquisição duas refinarias é superior ao que estava contabilizado em caixa referente às duas unidades. Ele não informou qual seria esse valor, mas disse que "a Petrobras recebeu exatamente o que as unidades valeriam se fossem operadas pela estatal nos próximos anos".
"Mesmo que as unidades estivessem registradas com valor maior, o que não é o caso, que diferença faria em nosso resultado ?", indagou, minimizando as atividades da companhia na Bolívia.
Segundo o balanço financeiro da companhia, o resultado na Bolívia no primeiro trimestre do ano foi negativo, mas o prejuízo, de R$ 10 milhões, ante um lucro de R$ 36 milhões no primeiro trimestre do ano passado, é considerado "ínfimo" pelo diretor.
Câmbio
A Petrobras registrou perdas de R$ 1,006 bilhão com variações monetárias e cambiais no primeiro trimestre do ano devido à posição credora da empresa em dólar. Além disso, a empresa teve despesa extra de R$ 112 milhões no trimestre referente a prêmio extra pago aos investidores na troca de títulos da companhia. Com isso, a empresa teve um resultado financeiro negativo de R$ 506 milhões no trimestre.
Em contrapartida, devido ao menor endividamento, a Petrobras registrou queda nas despesas financeiras no valor de R$ 149 milhões e teve melhor performance em suas aplicações, com acréscimo de R$ 269 milhões devido à menor exposição do saldo vinculado ao dólar e menor apreciação do real no período. A empresa teve também ganhos extras com participações em subsidiárias (R$ 342 milhões) e melhor resultado não-operacional por alienação de investimentos no exterior e por ganhos sobre variação de participação societária (R$ 35 milhões).
Internacional
A Petrobras registrou prejuízo de R$ 154 milhões no primeiro trimestre em sua área internacional, ante um lucro de R$ 236 milhões no mesmo período no ano passado. Segundo o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, esse prejuízo foi decorrente do maior volume de pesquisas exploratórias (sísmica) que vêm sendo realizadas pela estatal nos Estados Unidos, Turquia e Angola.
Segundo ele, houve no trimestre um aumento de gastos de R$ 235 milhões com sísmica. Além disso, disse o diretor, o resultado obtido pela companhia na Venezuela ainda não foi contabilizado.
"Nossas atividades na Venezuela passaram a ser controladas pela PDVSA, então não temos ainda em mãos esses resultados, o que perfaz um lucro zero, comparado ao lucro de R$ 70 milhões obtidos na Venezuela no primeiro trimestre de 2006", explicou Barbassa.
A expectativa é de que o lucro na Venezuela seja menor do que no ano passado, já que desde abril de 2006 a Petrobras passou a participar com apenas 40% das atividades nos campos exploratórios.