As irregularidades cometidas, acrescidas de más administrações, disse ele, teriam sido atitudes premeditadas que levaram à privatização do Banestado. Outras ações, como a subavaliação dos imóveis que faziam parte do patrimônio do banco, teriam sido intencionalmente adotadas, a seu ver, para que o banco quebrasse, o que culminou com a venda da instituição por R$ 1,6 bilhão ao banco Itaú.
– As coisas ficaram de tal maneira que, para que toda a malandragem ficasse debaixo do tapete, a solução seria quebrar o banco. Não haveria outra opção senão vendê-lo – afirmou Bradock.
As ?gestões absurdas?, segundo o relator, foram acompanhadas de grande fragilidade da contabilidade do Banestado, que não tinha fiscalização do Banco Central (BC) e que ficava a cargo de uma só pessoa, Eraldo Ferreira, que foi ouvido pela CPI do Paraná, e forneceu detalhes sobre as operações.
Segundo o presidente da CPI paranaense, deputado Neivo Beraldin, o contador do Banestado é capaz de revelar todo o esquema de lavagem de dinheiro e subfaturamento de exportações que existiu no banco desde 1993. Eraldo já tem data marcada para depor no Senado.
– As CPIs possuem, em CD, toda a movimentação do Banestado entre 1996 e 1999. Precisamos apenas cruzar informações com as da Receita Federal, constatar essa situação de crime de lesa-pátria – afirmou Beraldin, em sintonia com o que já haviam afirmado à CPI o delegado da Polícia Federal José Castilho Neto e o procurador da República Luiz Francisco Souza.