Banestado foi uma “grande lavanderia”

Criado como um banco de desenvolvimento, o Banestado se transformou nos oito últimos anos de sua existência – segundo o relator da CPI da Assembléia Legislativa do Paraná que investigou as irregularidades no banco estadual, Mário Sérgio Bradock – em ?uma grande lavanderia de dinheiro para que se fizesse todo tipo de falcatruas?. A declaração foi feita pelo deputado durante reunião da CPI do Banestado realizada na manhã desta terça-feira (12).

As irregularidades cometidas, acrescidas de más administrações, disse ele, teriam sido atitudes premeditadas que levaram à privatização do Banestado. Outras ações, como a subavaliação dos imóveis que faziam parte do patrimônio do banco, teriam sido intencionalmente adotadas, a seu ver, para que o banco quebrasse, o que culminou com a venda da instituição por R$ 1,6 bilhão ao banco Itaú.

– As coisas ficaram de tal maneira que, para que toda a malandragem ficasse debaixo do tapete, a solução seria quebrar o banco. Não haveria outra opção senão vendê-lo – afirmou Bradock.

As ?gestões absurdas?, segundo o relator, foram acompanhadas de grande fragilidade da contabilidade do Banestado, que não tinha fiscalização do Banco Central (BC) e que ficava a cargo de uma só pessoa, Eraldo Ferreira, que foi ouvido pela CPI do Paraná, e forneceu detalhes sobre as operações.

Segundo o presidente da CPI paranaense, deputado Neivo Beraldin, o contador do Banestado é capaz de revelar todo o esquema de lavagem de dinheiro e subfaturamento de exportações que existiu no banco desde 1993. Eraldo já tem data marcada para depor no Senado.

– As CPIs possuem, em CD, toda a movimentação do Banestado entre 1996 e 1999. Precisamos apenas cruzar informações com as da Receita Federal, constatar essa situação de crime de lesa-pátria – afirmou Beraldin, em sintonia com o que já haviam afirmado à CPI o delegado da Polícia Federal José Castilho Neto e o procurador da República Luiz Francisco Souza.

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