Rendida por cinco assaltantes, com duas filhas raptadas e com supostos explosivos amarrados ao corpo, a gerente Iva Maria Simeão foi obrigada e entrar na agência do Banco do Brasil em que trabalha para roubar e entregar dinheiro aos bandidos nesta segunda-feira (29), em Porto Alegre. O plano da quadrilha deu errado porque a bancária, de 48 anos, teve uma crise de choro quando já havia retirado R$ 70 mil. Os colegas desconfiaram de algo errado e avisaram a polícia. O roubo foi evitado e as reféns libertadas, mas os assaltantes não foram localizados.
A ação da quadrilha começou à 1 hora da madrugada. Com um de seus integrantes vestindo uma farda da Brigada Militar (a Polícia Militar gaúcha), o grupo invadiu a casa da gerente e suas filhas, de 20 anos e de 21 anos, e, após render as três, anunciou o plano. As filhas foram levadas para um cativeiro e a mãe para outro.
De manhã, o bando amarrou os artefatos ao corpo de Iva e exigiu que ela retirasse dinheiro do banco para libertar a família toda. A quadrilha acreditava que poderia lucrar R$ 1 milhão com a operação. A gerente foi à agência, mas não conseguiu cumprir as ordens dos seqüestradores por conta de seu nervosismo.
Ação
Quando soube do caso, a polícia acionou o Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) e o Batalhão de Operações Especiais (BOE), que isolaram as ruas próximas ao banco. Os peritos removeram o colete da gerente e identificaram que os explosivos eram falsos, feitos de massa epóxi. Iva foi encaminhada ao Hospital de Pronto-Socorro em estado de choque. Suas filhas foram libertadas pelos seqüestradores em Cachoeirinha, na região metropolitana de Porto Alegre.
A polícia recebeu informações de que um vigilante de uma rua próxima à casa da bancária também foi raptado e libertado pelo grupo durante a operação. O delegado Heliomar Franco, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), disse que é a primeira vez que quadrilhas usam reféns sob ameaça para roubar no Rio Grande do Sul, o que já fazem com certa freqüência em São Paulo e Minas Gerais.