O publicitário Bruno Beneit Usas, de 21 anos, conseguiu se livrar da corrente que o prendia a uma cama e fugir do cativeiro em que era mantido por seqüestradores. Os criminosos não haviam retirado da vítima suas chaves.
Quando uma delas serviu no cadeado que o mantinha preso, Bruno levantou-se com cuidado. certificou-se de que estava só e saiu do imóvel. Encontrou uma equipe da Guarda Municipal de Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo, que o levou à delegacia da cidade.
A vítima havia sido seqüestrada às 22h30 do dia 15, quando voltava a pé do trabalho para casa, no Jaguaré, zona oeste da capital paulista. Dois bandidos o abordaram e o colocaram numa Parati de cor prata.
Pouco depois de chegarem ao cativeiro, os seqüestradores telefonaram para o pai de Bruno, dono de uma gráfica. Disseram que mais tarde telefonariam novamente para informar o pedido do resgate.
A família procurou a polícia, que passou a investigar o crime.
Remédio para vítima
À noite, Bruno passou mal. Os bandidos não sabiam, mas haviam apanhado uma vítima que sofre de diabetes e tem necessidade de insulina. O publicitário contou aos criminosos seu problema e este disseram que iam providenciar o remédio hoje pela manhã.
Enquanto isso, Bruno tentava abrir um dos dois cadeados que o prendia – um atava a corrente em suas mãos e o outro ligava a vítima à cama. Foi com este que o publicitário teve sucesso. "Fomos ao cativeiro e identificamos o dono da casa e outros dois participantes do crime", afirmou o delegado Luiz Roberto Hellemeister, titular da Delegacia de Santana do Parnaíba.
O imóvel era uma casa simples, de quarto, sala, cozinha e banheiro. Ficava a cerca de 10 quilômetros do centro da cidade A polícia ainda tentou deter os suspeitos à tarde, mas eles conseguiram escapar. Todas as informações obtidas pela polícia da cidade foram enviadas à Divisão Anti-Seqüestro (DAS), da Polícia Civil, que investigava o crime. "Desconfiamos que bandidos daqui da cidade tenham apenas alugado a casa para transformá-la em cativeiro", disse o delegado.
