A oferta de financiamento imobiliário com taxas prefixadas e recursos da poupança vai aumentar o risco dos bancos. Isso porque haverá um descasamento entre a remuneração das aplicações da poupança com TR (Taxa Referencial) mais 6% de juros e o recebimento das parcelas fixas dos empréstimos concedidos.
Por ora os bancos vão sair ganhando, pois a tendência é de queda dos juros e a taxa prefixada ainda está elevada, em torno de 14% ao ano – porcentual de remuneração dos bancos até o final do contrato. Mas, se houver um estresse na economia e os juros subirem, quem estiver com muitas operações prefixadas pode perder dinheiro, afirmou o diretor setorial de crédito imobiliário da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Natalino Gazonato. "As instituições estão confiando na estabilidade da economia. Mas ficarão com o risco de algum desajuste econômico.
Segundo ele, hoje não há no mercado nenhum mecanismo de proteção para um período tão longo, como 15 e 20 anos. "A vantagem será obtida por meio de taxas prefixadas que compensem todo o período", afirmou o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues.