Não é apenas nos aeroportos que a TAM tem ocupado o lugar da Varig. Bancos que há anos oferecem cartões de crédito que permitem acumular milhas da Varig estão aos poucos migrando para o programa Fidelidade da TAM. Parceiro do Smiles há 11 anos, o Unibanco lançará um cartão com a marca da TAM em três ou quatro meses, revelam fontes do mercado. Oficialmente, o banco não confirma a informação
Este será o segundo cartão de crédito de um banco com a marca TAM, modelo de parceria chamado de co-branding. Desde 2003, os clientes da TAM também acumulam pontos nas compras com Credicard. Com a cisão da Credicard no fim de abril, o cartão passou a ser administrado pelo Itaú
O Itaú já era um parceiro antigo do Smiles, mas a partir da entrada da TAM passou a oferecer um programa próprio de acúmulo de pontos, que o cliente pode escolher se converte em passagens de uma ou outra companhia ou de outros parceiros
Segundo o consultor de varejo financeiro Boanerges Ramos Freire, da Boanerges & Cia, a possibilidade de acumular milhas de companhias aéreas é o serviço mais cobiçado para fidelizar clientes de cartão nas classes A e B. Em segundo lugar estão as parcerias com fabricantes de automóveis
Para as empresas, a venda de pontos para bancos e outros parceiros é uma grande fonte de receita. "A margem de lucro é fantástica. No fundo, o que a empresa está vendendo é o assento vazio de seus aviões, que tem um custo marginal", afirma o consultor
A TAM já começa a dar sinais de que pretende lucrar com o Fidelidade como a Varig lucrou com o Smiles no passado. Além de novos acordos de co-branding com cartões, a empresa também começou a obter receita com venda de pontos para outros parceiros, como faz a Varig. A Varig não revela a receita com a venda de milhas para os parceiros do Smiles, que tem 5,5 milhões de usuários. O Fidelidade, com 3,3 milhões de participantes, gerou uma receita de R$ 85 milhões para a TAM no passado, um crescimento de 47% em relação a 2004