São Paulo – O presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), Décio Tenerello, afirmou à Agência Estado que a entidade já encaminhou ao governo federal uma nova proposta de obrigatoriedade de aplicação de recursos da caderneta de poupança no financiamento imobiliário, válida para 2006. Os bancos privados que operam no âmbito do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) propuseram ampliar em 30% o valor destinado à carteira, sobre o total aplicado em 2005. Neste ano, segundo Tenerello, os bancos deverão ter emprestado cerca de R$ 4,5 bilhões para produção imobiliária e aquisição de imóveis.
"Nossa previsão é a de que em 2006 exista demanda para R$ 6,5 bilhões, o que equivale a crescimento de 30%, sem contar os R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal (CEF) e os cerca de R$ 10 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)", destacou o presidente da Abecip, que participou de encontro de empresários do setor imobiliário promovido pela Fiabci Brasil no Sindicato da Habitação (Secovi-SP).
Tenerello disse ainda que os bancos têm interesse em ultrapassar o mínimo proposto se houver procura superior por crédito ao esperado pela entidade. "Precisamos de uma definição ainda neste ano porque a partir de janeiro volta a vigorar a exigibilidade de 65%", afirmou. Segundo o presidente da Abecip, a proposta está sendo debatida com empresários da construção civil, representados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Secovi-SP. Entretanto, representantes do setor já demonstraram que a tendência é de consenso. "Essa meta mínima é bastante adequada à procura estimada", comentou o presidente da Fiabci/Brasil, Ricardo Yazbek.
O presidente da Abecip adiantou que a intenção dos bancos é a de elaborar um acordo de ampliação gradual de direcionamento dos recursos da poupança para a carteira imobiliária, com validade até 2010.