Brasília ? Os bancos cobraram mais caro pelos empréstimos concedidos no mês de janeiro, segundo relatório divulgado hoje (22) pelo Banco Central. A elevação ocorreu apesar do corte, dois meses antes, da taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) ? usada como referência para juros no país.
Houve maior procura por crédito no início do ano para cobrir gastos com impostos e matrículas escolares, segundo Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central. Lopes acredita que, como houve aumento dos níveis de inadimplência, os bancos também elevaram os juros.
De acordo com o relatório do BC, o spread (taxa cobrada pelos bancos pelo empréstimo) aumentou na média de 28,8%, em dezembro, para 29,6%, em janeiro. A diferença para pessoas físicas é de 43,6% e para pessoas jurídicas 14,5%. As taxas de inadimplência também cresceram de 2% para 2,6% nas transações de empresas, e subiram de 6,7% para 6,8% nas operações pessoais.
A procura por recursos do cheque especial cresceu 11,4% no mês passado, comparado a dezembro. Período em que a busca por crédito consignado em folha de pagamento aumentou 45,8%. Isso fez com que a média de juros cobrada do cheque especial subisse de 147,5% para 147,8% ao ano, e o do crédito consignado foi de 36,4% para 37,3%.
Subiram, também, os juros do crédito pessoal (de 67,3% para 68,9%) e para aquisição de veículos (de 34,8% para 35,3%). A única modalidade de crédito para pessoas físicas que teve redução de juros foi na compra de produtos eletroeletrônicos (televisores, geladeiras, fogões e outros) com queda de 65,2%, em dezembro, para 58,5%.
