Os principais bancos centrais do mundo alertam: o período de volatilidade no mercado ainda não foi superado e os países emergentes devem ter cautela e manter a vigilância em suas políticas fiscais e monetárias.

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Ontem, na Basiléia (Suíça), os presidentes dos bancos centrais das maiores economias debateram o cenário internacional e concluíram que as turbulências são um alerta de que os riscos continuam presentes. Para o porta-voz do grupo e presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, ainda é cedo para saber qual o impacto da correção dos mercados no crescimento global.

Entre os presidentes dos bancos centrais, muitos temem os efeitos negativos dessa volatilidade, principalmente diante das perspectivas de desaceleração da economia norte-americana e das repercussões da queda na Bolsa de Xangai (China), há duas semanas.

Respondendo a jornalistas brasileiros, Trichet disse que o segredo a partir de agora é manter a cautela nas políticas macroeconômicas. "Não pode haver complacência nem do ponto de vista fiscal nem por parte dos bancos centrais", disse, alertando que esse comportamento será fundamental para permitir um crescimento sustentável.

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Já o presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, acredita que o recado de Trichet não seja para o Brasil. "Cada país é diferente. Ele (Trichet) não está se referindo a uma situação específica. Não devemos entender isso como referência à política monetária no Brasil.

Mas Trichet insistiu: a turbulência ainda não acabou e os países emergentes precisam manter a vigilância. Segundo ele, uma das conclusões da reunião foi de que o choque recente foi um "alerta útil de que há riscos em todos os mercados".

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Para Trichet, as oscilações no mercado não estão relacionadas a novos riscos e o que a economia mundial presenciou foi uma correção ampla e global. Ele admite, porém, que o impacto da turbulência afetou virtualmente todas as economias, "o que prova que estamos de fato numa economia global". "Devemos ser cautelosos e vigilantes para que os ajustes ocorram com ordem, e não de forma abrupta.

Trichet também pediu a atenção dos bancos centrais em relação à inflação. Durante a reunião do Banco de Compensações Internacionais (BIS), vários presidentes de bancos centrais destacaram os riscos inflacionários como "sérios".

Em relação ao impacto da volatilidade sobre o crescimento, Trichet acredita que ainda é cedo para fazer prognósticos. "As perspectivas de crescimento básico de economia global continuam as mesmas, por enquanto.

Segundo ele, a economia americana não pode ser classificada como em recessão. Para ele, outro fator importante é o crescimento das economias emergentes, como China e Índia, que contribuem para o crescimento geral da economia global.