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Os credores e devedores do Banco Santos deverão ser cadastrados e catalogados a partir desta terça-feira pelo interventor da instituição, Vânio César Aguiar, para começar as negociações sobre o futuro do banco, que está sob intervenção do Banco Central desde a última sexta-feira. A intervenção impede o funcionamento das agências, que permanecerão fechadas por tempo indeterminado. Aguiar terá 60 dias para fazer uma investigação detalhada sobre a situação do banco. O prazo poderá ser prorrogado por mais 60 dias.

Conforme as regras vigentes, os clientes do Banco Santos terão direito a receber até R$ 20 mil dos recursos depositados. O dinheiro será retirado do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), mecanismo criado em 1995 para assegurar a correntistas de bancos sob intervenção ou em processo de falência, o recebimento de parte de seus depósitos.

Apesar da liberação deste dinheiro não ser automática, os técnicos do Banco Central acreditam que o processo não será demorado. Isso porque o Banco Santos possui apenas 700 clientes, o que facilita a montagem da lista de recebedores.

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A intervenção do banco, controlado pelo mecenas Edemar Cid Ferreira, congelou os R$ 1,8 bilhão em depósitos existentes na instituição. Os bens do presidente e diretores do banco também estão indisponíveis. A intervenção foi estabelecida por causa de uma série de empréstimos de má qualidade concedidos pelo banco, no volume de R$ 700 milhões. Como são de difícil recuperação, a contabilização destes empréstimos como prejuízo levariam o patrimônio do banco a ficar negativo em R$ 100 milhões, o que impede o seu funcionamento.

O futuro do Banco Santos ainda não é certo. Se Ferreira conseguir injetar R$ 700 milhões na instituição, o Banco Central poderá liberar o retorno das operações. A venda também é uma outra alternativa. Se nenhum desses caminhos for possível, o interventor poderá recomendar a liquidação extra-judicial da instituição ou a falência do banco.

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