A adoção da figura do agente financiador e a redução do setor administrativo são duas mudanças que o Banco Popular do Brasil estuda para reduzir a inadimplência e o prejuízo da empresa. O Banco Popular, um dos segmentos do Banco do Brasil, passa por um processo de revisão tanto de sua estrutura quanto da estratégia de cobrança, revela o presidente da instituição, Robson Rocha.
Segundo ele, a inadimplência está próxima a 24%, o que representa um prejuízo de R$ 47,6 milhões, do total de R$ 164 milhões de créditos concedidos em mais de um milhão de operações feitas desde fevereiro de 2004, quando a instituição foi criada.
As mudanças prevêem a redução de 20% na estrutura pessoal da instituição. De acordo com o executivo, isso vai acontecer por causa do modelo tecnológico implementado que necessita de um número menor de pessoas.
"Estamos fazendo todos os esforços para que o sistema de cobrança consiga diminuir esse número", diz Rocha, acrescentando que o banco previa prejuízo nos dois primeiros anos. De acordo com o executivo, o Banco Popular deve adotar a linha do microcrédito produtivo, na qual o agente financiador vai ao encontro dos empreendedores e os orienta sobre a melhor maneira contrair e pagar os empréstimos para não acumular dívidas.
"Pretendemos usar a mesma lógica do Banco do Nordeste e dar mais qualidade ao crédito, ter mais rigor e o melhor acompanhamento do nosso cliente", diz. O Banco Popular encerrou 2005 com uma carteira de 1,6 milhão de clientes, atendidos em mais de cinco mil postos de atendimento espalhados em todo o país.