Amanhã será comemorado o Dia Nacional da Adoção. Neste ano, a data será marcada pela recente criação de um importante recurso de minimização da burocracia na adoção de crianças e adolescentes.
Trata-se do Cadastro Nacional de Adoção, lançado no último dia 29, pelo Conselho Nacional da Justiça (CNJ), com o objetivo de unificar os dados de meninas e meninos brasileiros em condições de serem adotados e de pretendentes à adoção.
?O cadastro é um passo bastante importante. Com ele, será possível colocar todas as crianças e adolescentes com poder familiar destituído à disposição de pretendentes a pais de todo Brasil. Assim, todos terão maiores chances de encontrar uma família?, diz a coordenadora do curso de preparação dos pretendentes à adoção da Associação dos Magistrados do Paraná, Hália Pauliv de Souza, que é mãe de duas filhas adotivas e, na próxima semana, estará lançando o livro Adoção: exercício da fertilidade afetiva.
Em Curitiba, segundo Hália, são cerca de 500 crianças disponíveis para adoção e cerca de 600 pretendentes. Em outras regiões do Brasil, o número de pretendentes a filhos e a pais também costuma ser praticamente o mesmo.
Porém, o que geralmente impede as adoções são o grande número de exigências feitas pelos adultos. A principal delas costuma ser relativa à idade dos filhos adotivos. ?A maioria dos pretendentes à adoção querem crianças de até três anos de idade.
A maioria dos meninos e meninas a serem adotados são mais velhos. Isso geralmente acontece porque os futuros pais adotivos têm medo do histórico da criança mais velha, que geralmente já passou por alguma situação de dificuldade; sonham em viver a ?maternagem?, que é a troca de fraldas e o dar mamadeira; e querem educar a criança do seu jeito desde pequenas?, afirma.
Quanto a educar do seu jeito, Hália esclarece que, com amor, carinho e atenção, a criança vai assimilar os costumes da família independente da idade que tenha. Isto vai depender mais da forma como os pais adotivos irão conduzir a educação da criança do que do histórico de vida da mesma.
?Tudo depende do adulto e da educação que se dá?, reforça a coordenadora.
Outra exigência comum dos pretendentes à adoção é quanto às características físicas das crianças a serem adotadas. Muitos querem filhos adotivos que tenham semelhanças físicas com integrantes da própria família.
?Essa exigência também é muito difícil de ser atendida. No Brasil, isto é quase impossível de acontecer, pois o país é bastante mesclado?, explica.
