Banco Central decreta intervenção no banco BVA

O Banco Central decretou hoje intervenção no banco BVA.

A intervenção foi feita, segundo o BC, devido a “comprometimento da sua situação econômico-financeira e do descumprimento de normas que disciplinam a atividade da instituição”.

Especializado em crédito para companhias de médio porte, o BVA tem sede na cidade do Rio de Janeiro e detém 0,17% dos ativos do sistema financeiro e 0,24% dos depósitos. A instituição tem sete agências localizadas no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e em São Paulo.

“O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis”, informou, em nota, o BC.

Com a intervenção, os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição ficam indisponíveis.

O BVA informou que não vai comentar a decisão do Banco Central.

Cruzeiro do Sul

Esta é a primeira intervenção que o Banco Central faz desde o caso Cruzeiro do Sul. A intervenção no Cruzeiro do Sul foi decretada, em junho, devido problemas na contabilidade e descumprimento a normas do sistema financeiro.

O Banco foi liquidado no mês passado, após o fracasso das negociações para a venda da instituição ao Santander. O Cruzeiro do Sul teve um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões e está com patrimônio negativo. A instituição tinha 0,25% dos ativos do sistema financeiro nacional e 0,35% dos depósitos.

Com a liquidação, os credores do Cruzeiro do Sul terão de reclamar os pagamentos na Justiça. O FGC (Fundo Garantidor de Créditos) garante a cobertura integral de depósitos até R$ 70 mil e mais os CDBs que foram comprados com garantia especial, conhecidos como DPGE.

Segundo dados do BC, o BVA tinha, em setembro, 3.802 clientes com cobertura pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Balanço

De acordo com balanço da instituição, o lucro líquido do BVA em 2011 foi de R$ 63,2 milhões, uma redução de 29,31% sobre o registrado em 2010 (R$ 89,4 milhões). O patrimônio líquido atingiu R$ 747,2 milhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio, que chegou a 24,4% em dezembro de 2010, caiu para 10,1% em dezembro de 2011.

“Já a receita bruta da intermediação financeira atingiu o patamar de R$ 207 milhões contra R$ 174 milhões em dezembro de 2010, como resultado da estratégia do banco em reforçar a sua liquidez frente ao momento da crise econômica que a economia local vinha presenciando”, diz o balanço.

Ainda no documento, o banco destacou o resultado do segmento de operações com CCB, responsável por uma geração de receita de R$ 169,4 milhões.

Crédito

Em dezembro de 2011, os ativos de crédito do BVA totalizaram R$ 4.541,1 milhões, um crescimento de 60,5% em relação a dezembro de 2010. A maior parte da carteira (95,5%) era formada por pessoas jurídicas.

O banco afirmou ser seletivo na concessão de crédito e conservador na alocação de provisão. Créditos com atraso superior há mais de 15 dias representaram 1,5% da carteira total em 2011, contra 0,6% em 2010.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna