O cálculo de quanto a economia brasileira pode crescer sem gerar gargalos na estrutura e produção e estimular pressões inflacionárias ainda não foi elaborado com precisão pelo Banco Central. “Estamos olhando isso com grande interesse”, disse o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. Ele admitiu o desconhecimento exato do PIB potencial exige cautela nas decisões.
Segundo ele, vários fatores dificultam o cálculo desse índice. “O Brasil não tem uma história de estabilidade macroeconômica e por isso não sabemos como a economia reage num ambiente estável e com um horizonte maior de planejamento por parte das empresas”, disse. Além disso, segundo Meirelles, um forte freio do crescimento da economia brasileira no passado havia sido o setor externo, pois quando a economia se expandia, ela gerava déficits em conta corrente volumosos.
“Os empresários levavam isso em consideração em seus planos de investimento, todo mundo esperava pela próxima crise. Agora, não se sabe qual será o comportamento da economia nesse novo cenário de ausência de vulnerabilidade externa e com estabilidade macroeconômica.”
Meirelles destacou também que está ocorrendo uma mudança clara no ambiente de investimentos. “Uma demonstração prática disso são as exportações, que cresceram tanto não apenas por causa da taxa de câmbio, mas pela previsibilidade”, disse. “As empresas passaram a investir em desenvolvimento de produto, na distribuição, coisas que não faziam no passado.”
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