A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) afirma que as incertezas que provocaram o aumento na volatilidade dos mercados internacionais persistem, apesar de essa volatilidade ter sido reduzida nos últimos meses. As incertezas a que a ata faz referência são sobre o futuro da política monetária e da economia norte-americana. "Há evidências de pressões inflacionárias e os dados recentes mostram queda maior que a esperada nas vendas de imóveis, acentuando temor de desaceleração mais forte na economia norte-americana. Nos últimos dias esse receio provocou volatilidade nos mercados, principalmente nos mercados acionários norte-americanos", afirma a ata, nos capítulos 54 e 55.
Diante desse cenário, o Copom reafirma, no capítulo 23, que vai se manter "especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos". E acrescenta: "evidentemente, na eventualidade de se verificar uma exacerbação de riscos, que implique alteração do cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento, pelo comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias".
Parcimônia
A ata do Copom reafirmou que os próximos passos na implementação da Política Monetária poderão ser dados "com maior parcimônia". Ao mesmo tempo, o Copom mantém a palavra "poderá", indicando que não necessariamente essa maior parcimônia será efetivada.
A afirmação está no item 22 da ata, que repete, na íntegra, o que foi dito no item 20 da ata da reunião anterior. "O Copom entende que a preservação das importantes conquistas obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração de empregos e aumento da renda real poderá demandar que a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida com maior parcimônia. Essa ponderação se torna ainda mais relevante, quando se leva em conta que as próximas decisões de política monetária terão impactos progressivamente mais concentrados em 2007", afirma a ata, lembrando que há incertezas que cercam os mecanismos de transmissão de política monetária e também que a taxa de juros corrente está menos distante da taxa de juros que deverá vigorar em equilíbrio no médio prazo.