Os sindicatos de bancários de todo o País prometem fazer uma paralisação de advertência de 24 horas na próxima terça-feira para pressionar os bancos a negociarem aumento de salários acima da inflação. Caso os negociadores da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) continuem descartando o aumento real de salários e não apresentem uma proposta aceitável, os sindicalistas acenam com a ameaça de greve geral por tempo indeterminado.
A categoria reivindica aumento de 7,05%, além da reposição da inflação, e a distribuição de prêmio de 5% do lucro líquido linear a título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) mais um salário bruto acrescido de R$ 1.500. Após cinco rodadas de negociações, os bancos ainda não apresentaram nenhuma proposta aos trabalhadores, mas já avisaram que não pretendem conceder reajuste salarial este ano.
"Se os banqueiros continuarem intransigentes, não restará alternativa à categoria senão a greve", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Os bancários que trabalham na região central de São Paulo deram ontem uma demonstração de que estão mobilizados. Eles cruzaram os braços, paralisando parcial ou totalmente 28 agências nas Ruas Boa Vista, São Bento e 15 de Novembro. O movimento, inicialmente previsto para durar até o meio-dia, estendeu-se até o fim do expediente. Cerca de 2 mil trabalhadores participaram de uma assembléia na Praça do Patriarca, às 11 horas, e decidiram, por unanimidade estender, a paralisação por todo o dia.
A Fenaban acusou, por meio de sua assessoria, os sindicatos de bancários de serem inflexíveis na negociação e classificou a paralisação de medida drástica. A entidade afirmou que está disposta a negociar e tomará as medidas legais cabíveis para que as agências funcionem normalmente, garantindo o livre acesso de funcionários e clientes.
A data-base para reajuste salarial da categoria é 1º de setembro. No Brasil, há cerca de 400 mil bancários. Em São Paulo Osasco e Região são 106 mil trabalhadores. No ano passado, após seis dias de greve, os bancários receberam reajuste de 6% (1% de aumento real), mais R$ 1.700 de abono e PLR mínima de 80% do salário mais R$ 800.