O presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wágner Freitas, disse hoje (12) que a categoria já se prepara para deflagrar greve nacional a partir da primeira quinzena de setembro. “Amanhã (13), realizaremos uma reunião com a Executiva Nacional da CNB para decidirmos os atos da campanha, mas já trabalhamos, de fato, com a perspectiva de deflagração de greve”, afirmou.
A CNB realizou nesta manhã, em conjunto com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, uma manifestação pública, impossibilitando a abertura de agências bancárias da região do centro de São Paulo, onde atuam quatro mil trabalhadores do setor. “É uma demonstração de força e que estamos unidos nesta campanha”, comemorou o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
Os bancários têm data-base em 1º de setembro e reivindicam reajuste salarial de 25%, sendo 6,22% de reposição salarial e 17,68% de aumento real. Querem também o pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor de R$ 1,2 mil e mais um salário integral. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu reajuste de 6%, PLR de R$ 690 e mais 80% de um salário, proposta já rejeitada pelos bancários.
“O clima que abrimos a negociação deste ano foi muito ruim. A proposta apresentada pelos banqueiros foi, no mínimo, desrespeitosa, e não vejo como chegarmos a um acordo antes de pelo menos duas novas rodadas de negociação”, avaliou Freitas.
O último encontro entre bancários e federação ocorreu na terça-feira passada e ainda não foi agendada a retomada das negociações. Ainda como medida de pressão, os bancários prometem realizar atos em capitais de todas as regiões do País na próxima semana. O presidente da CNB descartou, pelo lado dos empregados, a possibilidade de o reajuste da categoria ir a dissídio na Justiça do Trabalho.
“Não iremos para dissídio, porque defendemos a livre negociação entre as partes e somos contra o poder normativo da Justiça do Trabalho”, adiantou. “A Justiça Trabalhista deverá julgar somente a greve que, provavelmente, teremos de fazer”, estimou.
No ato de hoje, no centro de São Paulo, os sindicalistas chegaram a colocar em votação a proposta da Fenaban, que foi também rejeitada pelos cerca de mil bancários aglomerados na Praça do Patriarca.
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