Deputados ruralistas que se reuniram hoje na Comissão de Agricultura da Câmara para buscar um nome de consenso para o Ministério da Agricultura vão até o gabinete do presidente do PMDB, Michel Temer, que negocia com o governo a indicação de um nome do partido para a pasta. Entre os indicados estão Moacir Micheletto (PMDB-PR), Waldemir Moka (PMDB-MS) e Valdir Colatto (PMDB-SC). Os três são os nomes mais fortes para substituir Luiz Carlos Guedes Pinto no Ministério, caso o governo ceda à pressão dos ruralistas e desista de indicar Reinhold Stephanes (PMDB-PR).
"A intenção é de que seja indicado um nome da bancada que possa anular, inclusive, qualquer tipo de resistência da oposição, dentro da bancada ruralista", disse Homero Pereira (PR-MT), um dos principais aliados do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, que já fez duras críticas à indicação de Stephanes.
De acordo com o deputado Odacir Zonta (PP-SC), a bancada ruralista se reuniu até as 22 horas de ontem para discutir o assunto e fez vários contatos, inclusive com o vice-presidente da República, José Alencar, na tentativa de emplacar alguns nome de consenso.
A bancada, no entanto, espera que o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, assuma a função de porta-voz do setor junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Rodrigues, que chegou ontem de viagem a Madri (Espanha), já foi contactado por deputados e representantes de entidades de classe do agronegócio entre elas a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Rodrigues é diretor da FGV Agro e dirige o Fórum do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo sua assessoria, ele deverá estar em seu escritório, em São Paulo, à tarde e não vai se manifestar por enquanto.
