Bancada do PMDB na Câmara decide manter obstrução

A bancada do PMDB na Câmara, reunida desde às 16 horas no Hotel Bonaparte, em Brasília, chegou a um consenso para manter a obstrução às votações na Casa. Essa posição dos 76 deputados que participam da reunião foi antecipada pelo líder do partido, José Borba (PR).

Além da falta de liberação das verbas de emendas parlamentares ao Orçamento da União deste ano, a principal pendência da legenda com o governo refere-se à proposta de emenda constitucional (PEC) que prevê a reeleição para as presidências da Câmara e do Senado. A sigla teme que, se contribuir para desobstruir as votações, abra espaço para votação dessa PEC, que, segundo entendem os deputados da agremiação, permitirá à administração federal interferir na escolha do próximo presidente do Congresso, o que compete, exclusivamente, ao PMDB, que tem maioria no Senado.

Mas a reeleição não é a única questão que dificulta o relacionamento do partido com o Poder Executivo. Quanto às emendas dos parlamentares ao Orçamento da União, há pendências até de restos a pagar de 2002 e acordos não cumpridos em 2003. “Nosso entendimento é de nos mantermos em obstrução até que o governo tenha tempo de fazer os ajustes necessários”, afirmou Borba. “Agora, não podem responsabilizar o PMDB pela paralisia do Congresso porque o partido não está só. A Casa toda está em obstrução.”

Hoje, os líderes da legenda trabalharam para evitar que a questão do relacionamento com o Executivo entrasse em debate na bancada. Por orientação dos líderes e do presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP), a sugestão dos governadores peemedebistas de que a agremiação se torne independente da União só será discutida na reunião de amanhã do diretório nacional, à qual estarão presentes todos os presidentes de todos os Diretórios Regionais do PMDB.

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