O uso do bambu está sendo estudado por integrantes do Cefet desde 1999. Nos próximos meses, professores de Design e Engenharia da Construção Civil, assim como alunos de diversas áreas do Cefet, devem começar a atuar diretamente junto à população de Fazenda Rio Grande. Entre vinte e trinta pessoas da comunidade do Jardim Kokubo – que no total compreende 127 famílias pertencentes a uma antiga área de invasão – devem ser selecionadas a participar de oficinas de confecção de objetos com bambu.
A matéria-prima pode ser utilizada na construção de móveis, porta-jóias, porta-lápis, instrumentos musicais, objetos decorativos e uma série de outras coisas. “A idéia é que as pessoas aprendam a fazer os objetos, formem uma cooperativa e vendam as peças confeccionadas, enxergando-as como uma fonte de emprego, renda e inclusão social”, afirma o professor de pós-graduação em Tecnologia e do departamento de Construção Civil do Cefet-PR, Eloy Fassi Casagrande Júnior. “Em alguns países asiáticos, o bambu gera um milhão de postos de trabalho. No Brasil, isto ainda não acontece porque a utilização do produto ainda é bastante desorganizada”.
Em Fazenda Rio Grande, existem 27 propriedades de bambu da espécie Moso, que somadas totalizam um hectare. A matéria-prima foi cultivada no município por japoneses no decorrer da década de 60, época de grande imigração. “Os japoneses plantavam o bambu por tradição. Entretanto, o produto, considerado nobre e que pode ter grande valor agregado, é muito pouco utilizado”, comenta o professor. “Vamos começar nossos trabalhos por Fazenda Rio Grande, mas no futuro pretendemos estendê-los para outras regiões do Estado e, quem sabe, até do País”. O projeto conta com o apoio da prefeitura de Fazenda Rio Grande e, em fase inicial, terá subsídio de R$ 20 mil, valor do prêmio repassado pelo Banco Real.