Após uma temporada de muitas apresentações em oito Estados do Nordeste brasileiro, a Companhia de Balé de Londrina voltou à cidade para continuar a comemoração dos seus 10 anos de existência. Porém, a passagem pela cidade não significa descanso. Pelo contrário, os 13 bailarinos da companhia nunca trabalharam com tamanha dedicação.
Tantos ensaios e exercícios têm uma justificativa, é que o Balé de Londrina se prepara para mais uma etapa de sua turnê comemorativa. Desta vez no famoso teatro de arena carioca Cacilda Becker, onde apresentam o espetáculo Fome. As apresentações ocorrem nos dias 23, 24 e 25 deste mês e devem levar a dança a mais de 600 pessoas. Sem voltar para casa, os bailarinos embarcam para a África, onde representam o Brasil no Harare International Festival Arts (Hifa), realizado no Zimbabwe.
De acordo com o coordenador do Balé de Londrina, Leonardo Ramos, esta será a oitava vez que o grupo se apresenta no teatro do Rio de Janeiro e, segundo ele, o espetáculo deve mais uma vez agradar. “Já tivemos de fazer apresentações extras no Cacilda Becker pela quantidade de gente que nos procurou. Temos até medo do espetáculo ser muito divulgado e termos problemas com superlotação”, disse, sorrindo o coordenador. O Cacilda Becker é o teatro oficial da dança na cidade carioca e é mantido pela Fundação Nacional de Arte (Funarte).
Logo após a temporada na cidade carioca, a companhia parte para o Zimbabwe, onde apresenta os espetáculos à Cidade, Tabu e Fome, no festival africano, que, segundo Ramos, é o primeiro encontro de um projeto de intercâmbio cultural entre países em desenvolvimento. “Fomos procurados por um representante do festival, que nos propôs parceria nesse projeto e nos convidou a participar do evento. Essa pessoa já esteve em vários países da América Latina, em Cuba e irá também para a Índia, para que os países de terceiro mundo possam estabelecer esse intercâmbio”, disse hoje (dia 15).
Durante o festival, o Balé de Londrina ainda realiza mais duas oficinas, como vem fazendo em sua temporada comemorativa dos 10 anos. “Essas apresentações na África serão muito interessantes, porque lá vamos encontrar uma situação semelhante a do Brasil, tanto no lado econômico quanto nas buscas dos bailarinos das outras companhias etc. O elenco está animado, porque também haverá muitas oportunidades de contatos.”
Para Ramos, convites como este do Zimbabwe servem de vitrine para Londrina e representam reconhecimento por parte de outros países. “Grande parte da comunidade londrinense reconhece nosso trabalho. A cultura de um modo geral tem dado muito retorno para Londrina, é uma divulgação efetiva da cidade.”
Após a participação no festival africano, a Companhia de Balé de Londrina volta à cidade natal, onde começa a se preparar para as apresentações do espetáculo Estação Londrina, programado para estrear em 29 de agosto, em comemoração aos 70 anos da cidade.