Escolhido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Agricultura, e já sob suspeita por responder a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por falsidade ideológica, o deputado Odílio Balbinotti disse nesta quinta-feira (15), depois de se encontrar com Lula no Planalto, que "não se sente desconfortável" com as denúncias. "Se eu tivesse culpa, causaria (desconforto), mas eu sou inocente e o Aristides Junqueira, meu advogado, vai dar uma nota a vocês explicando que sou inocente", afirmou ele, explicando que a conversa com Lula foi em torno dos objetivos do governo na pasta.

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"Conversamos sobre agricultura do nosso país, com o presidente, com meu líder e o presidente do partido. Nós, junto com o governo federal, temos um compromisso com o produtor, com a agricultura do País", comentou. E acrescentou: "eu, o Balbinotti comecei trabalhando na roça com um alqueire de terra e hoje, graças a Deus, Deus me iluminou, e graças à minha competência, hoje sou um grande produtor de semente".

Diante da insistência dos repórteres se conversou com Lula sobre o processo, Balbinotti desconversou: "Não precisa (falar sobre o processo). Isso é fácil, é só puxar na internet. Eu estou expressando tranqüilidade a vocês eu estou expressando tranqüilidade à Nação. Eu estou tranqüilo, a Nação está tranqüila e nós vamos trabalhar em benefício do pequeno, do médio e do grande agricultor". Em seguida, comentou que "é importante" que a imprensa pergunte sobre os processos. "É importante que o País saiba, mas o presidente não está preocupado porque, a partir do momento que me chamou para ser ministro da agricultura ele já estava consciente de que o Balbinotti é correto e transparente", completou.

Sobre a demora na sua posse, Balbinotti justificou: "O atual ministro está viajando para a Indonésia e só volta semana que vem. Além do mais, já fui confirmado. Está aqui o presidente do PMDB e o líder do partido, que já confirmou o nosso nome. A posse vai ser na quinta-feira porque o atual ministro está em viagem e não fica bem nós assumirmos o ministério com o atual ministro viajando para o exterior".

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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, por sua vez, disse que as nomeações ainda estão sendo estudadas pelo presidente Lula, que tem seu próprio timing, acentuando que "uma parte pode se prolongar pra semana que vem". Sobre as acusações contra Balbinotti, a ministra desconversou: "nós olharemos esta questão, o presidente vai analisar e, como eu disse, está tudo em aberto ainda".

Ela disse ainda que "não tem avaliação" sobre as denúncias e que acredita que uma definição em relação ao Ministério da Agricultura "tenha ficado para a semana que vem porque o ministro atual está fora do Brasil". Indagado se o atraso não era por causa das denúncias, respondeu: "a questão fundamental é que o ministro atual está fora do Brasil".

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Pouco antes de Balbinotti se auto-declarar ministro da Agricultra, Dilma Rousseff dizia que "não tem nada batido" em relação ao nome para o cargo. "Nós estamos em avaliação. As coisas vão evoluir. Uma parte do ministério sai amanhã, mas ainda teremos uma série de reuniões ao longo do dia. As discussões estão em andamento", avisou, sinalizando que semana que vem o ministério deve estar fechado.