Balança positiva

A primeira semana de setembro – mesmo com o feriadão – não quebrou o ânimo do setor de exportação de produtos nacionais. A balança comercial apontou o saldo positivo de US$ 527 milhões, diferença apurada entre exportações (US$ 1,066 bilhão) e importações (US$ 539 milhões).

Durante o mês de agosto o saldo positivo foi de US$ 3,672 bilhões e no acumulado de 2005, o superávit comercial é de US$ 28,875 bilhões. O acréscimo é de 28,6% em relação a igual período no ano passado.

O resultado superavitário da balança comercial brasileira se deveu, essencialmente, à elevação das vendas de produtos manufaturados, cujo percentual a mais chegou a 38,4%. Os itens mais favorecidos foram o álcool etílico, aparelhos transmissores e receptores (celulares) e chassis de motor.

A constatação inegável é que o Brasil consolida sua presença no mercado internacional, aumentando as vendas em resultado não apenas da procura acentuada por esses produtos, mas pela oferta garantida e competitividade. A venda de produtos básicos para o mercado externo (petróleo, minério de ferro e carne de frango) cresceu 13,5% no período.

O comportamento favorável das vendas externas do Brasil faz com que o governo pense na revisão para cima da projeção de US$ 112 bilhões de exportações no exercício corrente. Nos últimos doze meses (agosto a agosto), o volume exportado atingiu US$ 111,2 bilhões. Em 2006, o governo calcula que o País venderá US$ 120 bilhões ao exterior.

Uma forte apreensão, no entanto, surgiu no setor industrial de máquinas e equipamentos, face aos rumores de que o governo pretende reduzir a alíquota de importação de 14% para 6%. O empresário Newton Mello, presidente da associação que congrega 1,4 mil industriais (Abimaq), assegurou que se a alíquota cair nessa proporção o setor estará condenado à extinção.

Com a alíquota em vigor, este ano a importação de máquinas e equipamentos chegou a US$ 4,7 bilhões. Com a redução prevista, o governo acabará forçando a desestruturação da indústria nacional já pressionada pela entrada de produtos estrangeiros. A grande beneficiada será a China, que passou a disputar espaço com Estados Unidos, Argentina, México, Alemanha e Reino Unido, principais fornecedores do Brasil.

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