Balança comercial de serviços tem déficit de US$ 7,4 bilhões

A corrente de comércio exterior (exportações mais importações) de serviços do País somou US$ 37,2 bilhões em 2006, 35,1% acima do ano anterior, e gerou um déficit de US$ 7,4 bilhões, o maior desde 1998. Os dados serão divulgados esta semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que também anunciará o projeto de criação de um sistema integrado de gestão e estatísticas da atividade, o Siscoserv, e da primeira balança comercial de serviços do País – hoje, existe apenas a balança comercial de produtos. O projeto está sendo desenvolvido pela nova Secretaria de Comércio e Serviços (SCS), dirigida por Edson Lupatini Junior, ex-diretor do Diretor do Departamento de Operações de Comércio Exterior (Decex).

Em entrevista, Lupatini contou que o Siscoserv será uma espécie de irmão do Siscomex, sistema atual que registra as exportações de mercadorias do País e do qual saem os dados da balança comercial de produtos, considerado um dos mais avançados do mundo, porque gera informações diárias e balanços periódicos. "Não há país no mundo que tenha informações diárias sobre o comércio exterior (de mercadorias) e ainda mais em um país com dimensões continentais. A idéia é equiparar e aperfeiçoar (para os serviços)", explica.

O Siscoserv funcionará como um sistema de informação e de operações de comércio exterior de serviços. O projeto básico já está desenhado e o desenvolvimento do programa está previsto para começar no início do ano que vem. No sistema, funcionarão de forma integrada operações de contratação de câmbio, financiamento de créditos, tributação. O sistema registrará todos esses movimentos. Os dados compilados pela SCS mostram que as exportações de serviços somaram US$ 14,9 bilhões em 2005, 29 8% acima do ano anterior, e as importações, US$ 22,3 bilhões, valor 38,7% maior que em 2004.

Como ocorre com a importação de produtos, o câmbio mais fraco também estimula a compra de serviços externos. Além disso, o próprio crescimento das exportações de produtos exige contratação de seguros no exterior e mesmo frete, a maior parte feita por empresas internacionais. Lupatini conta, entretanto, que tem havido avanços nas exportações de serviços brasileiros.

Com base nos dados do BC, o panorama traçado pela SCS indica que os serviços de arquitetura e engenharia geraram divisas de US$ 1 7 bilhão, instalação e manutenção de escritório US$ 1,8 bilhão, honorário de profissional liberal US$ 308 milhões, publicidade US$ 58 milhões, além de venda de passe de atleta profissional US$ 151 milhão. O Brasil ocupa a 31ª colocação no ranking mundial de exportação de serviços e 24º na importação, conforme dados da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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