As grandes variações de temperatura têm provocado um aumento dos casos de meningite no Paraná. Com isso, a Secretaria da Saúde alerta para o cuidado que as pessoas devem tomar em relação à doença, que tem o contágio facilitado porque as pessoas permanecem mais tempo em ambientes fechados.
?Deixar os ambientes arejados, principalmente se houver crianças em casa, é uma das medidas para prevenir a doença?, diz o secretário da Saúde, Cláudio Xavier.
Mesmo com os cuidados que a Secretaria e a população adotam normalmente, neste ano, até setembro, 1.188 casos de meningite foram registrados no Estado, segundo dados da Secretaria.
Foram 629 casos de meningite viral, 220 de meningite bacteriana, 101 de doença meningocócica, 131 de meningite não especificada, 47 de meningite de outra etiologia, 45 de meningite por pneumococos, quatro de meningite por hemófilos e 11 de meningite tuberculosa. Durante todo o ano passado, 2.185 casos de meningite foram registrados no Paraná.
Cláudio Xavier lembra que apesar do grande número de casos, a taxa de mortalidade não chega a 10%. Até agora, morreram por causa da meningite 115 pessoas. No ano passado foram registradas 242 mortes e em 2003, 245. Assim, a taxa de mortalidade se manteve em torno de 11%.
Principais sintomas
A meningite é uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, diz a coordenadora Miriam Woiski, da Divisão de Doenças Imunopreveníveis da Secretaria. A infecção é causada por diversos agentes como bactérias, vírus, fungos e protozoários.
?Os sintomas principais são febre alta, forte dor de cabeça, vômitos e dificuldade de movimentar o pescoço. Nos bebês e crianças de baixa faixa etária, o sintoma principal é a recusa de mamadas ou alimentos e a presença de irritabilidade. É preciso estar atento à presença de manchas vermelhas na pele?, lembra Miriam.
Aos primeiros sintomas, os pais devem procurar o serviço de saúde mais próximo para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento. ?A preocupação está voltada para a meningite meningocócica, provocada por bactéria, que se mantém na garganta principalmente de adultos jovens, sem desencadear a doença. Assim, ela é transmitida por gotículas expelidas ao falar, tossir e espirrar, para as pessoas suscetíveis?, explica Miriam.
Vários tipos
Segundo a técnica da Divisão de Doenças Imunopreveníveis, existem vários tipos de meningite meningocócica, denominados sorogrupos. As mais freqüentes são as de tipo A, B e C. Surtos e epidemias mais freqüentes ocorrem com os sorogrupos A e C. Desde 1994, o sorogrupo predominante no Paraná tem sido o B.
Para as meningites meningocócicas não existe uma vacina disponível na rotina dos postos de saúde. O que se indica para cada caso confirmado é a instituição de quimioprofilático aos comunicantes que têm como objetivo erradicar o estado de portador. O medicamento é liberado e acompanhado pelas equipes da Vigilância Epidemiológica em todos os municípios do Estado.
A coordenadora alerta que a doença ocorre durante todo o ano, com tendência a ser mais freqüente nos meses de frio, já que as pessoas ficam mais aglomeradas e fechadas em seus ambientes, além de ambientes públicos fechados. ?É importante sempre manter uma fresta para que ocorra a circulação e renovação de ar nos ambientes?, lembra. Aos adultos, ela recomenda que se protejam ao tossir ou espirrar, evitando principalmente fazer isso direto no rosto de crianças.