Baixa renda é a primeira a sofrer com instabilidades, diz Meirelles

O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, aproveitou uma solenidade no Ministério do Desenvolvimento Agrário para reafirmar hoje (21) sua convicção de que a situação macroeconômica do País já permite o crescimento sustentado. Meirelles também defendeu, mais uma vez, a necessidade de manter a inflação sob controle, passo fundamental para que o desenvolvimento possa trazer consigo uma melhor distribuição de renda. “A instabilidade econômica atinge primeiro o segmento de baixa renda. Portanto, é muito importante a estabilidade e o desenvolvimento para que outros programas possam prosperar”, defendeu.

Em sua primeira aparição pública após o aumento da taxa básica de juros, promovida na semana passada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), Meirelles evitou responder uma série de perguntas sobre mudanças na meta de superávit primário e sobre a política de juros do BC, feitas insistentemente por jornalistas na entrada e na saída do evento. A idéia de ampliar o esforço fiscal está sendo debatida dentro do governo. Seria uma alternativa, segundo integrantes da equipe econômica, para evitar uma alta mais forte da taxa Selic que poderia comprometer o processo de retomada do nível de atividade.

Durante a solenidade de lançamento do programa de fomento ao cooperativismo da agricultura familiar e economia solidária (Coopersol), Meirelles não se furtou em apontar os dados que mostram que as condições macroeconômicas básicas para permitir um crescimento sustentado da economia já estão dadas. O aumento das exportações e a manutenção dos índices de inflação em trajetória para as metas fixadas pelo governo foram alguns dos exemplos citados por Meirelles. “O crescimento com distribuição de renda está sendo construído no País sem medidas de efeito, mas com trabalho”, destacou.

Para o presidente do BC, o crescimento com distribuição de renda passará, necessariamente, pelo desenvolvimento de medidas como a pulverização do crédito – resultado de medidas como o financiamento com consignação em folha de pagamento – e pelos programas específicos de financiamento à produção. É neste segundo caso que Meirelles aposta que o desenvolvimento de cooperativas de crédito será fundamental.

Por atuarem, normalmente, em regiões não assistidas por rede bancária, e com população relativamente pequena, as cooperativas podem, na opinião de Meirelles, ter um trabalho mais eficaz na liberação de crédito. “A alocação é mais adequada. É um crédito específico, mais viável e adequado ao usuário”, ponderou. Para o presidente do BC, o desenvolvimento econômico não precisa de grandes planos. “O que precisamos são programas eficazes e eficientes.”

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