Dados preliminares mostram que a inadimplência na Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) baixou de 27% para 21%. O que representa um acréscimo entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão na arrecadação da entidade. A redução se deve a campanha “Juro Zero”, que começou em novembro de 2003 e terminou ontem. Os mutuários podiam quitar as prestações atrasadas sem pagar juros. Os valores também podiam ser parcelados.

Em todo o Estado, a Cohapar tem 117 mil contratos ativos, dos quais 27% deles tinham alguma prestação atrasada. O gerente do departamento imobiliário, Antônio Carlos Schmal Moreira, explica que a medida foi adotada pela Cohapar porque não há interesse em executar a dívida, mas sim colocar a vida do mutuário em dia. “Se a gente não der atenção para estas pessoas, depois fica mais difícil eles conseguirem pagar as contas”, argumenta. Antônio avalia que a baixa na inadimplência foi significativa e o Estado está com um dos menores índices do País. O valor da maioria dos imóveis está entre R$ 10 mil e R$ 12 mil e possui entre 32 e 52 metros quadrados.

A maioria das prestações fica perto de 20% do salário mínimo. O valor é de R$ 32. Um mutuário que deve quatros prestações paga em média R$ 3,84 de juros. “Não parece muito, mas para quem vive com um salário mínimo é bastante”, comenta. Além disso, há pessoas que devem muitas prestações e os juros vão acumulando, como é o caso de Cleonice de Fátima Nascimento.

Em 2002, ela ficou grávida e teve complicações. O dinheiro da prestação ajudou a realizar o tratamento. Ela chegou a ficar com mais de 20 prestações em atraso, mas na negociação conseguiu baixar a dívida de R$ 1.730,00 para R$ 1.571,00. “Hoje qualquer dinheiro economizado é bem vindo”, afirma. Cleonice pagou à vista, mas os mutuários também poderiam parcelar tendo 50% de desconto nos juros.

continua após a publicidade

continua após a publicidade