A mãe de uma criança de dois anos que era mantida amarrada no quintal da casa do avô em Ibiúna, no interior de São Paulo, poderá ficar sem a guarda do filho, segundo o delegado do município, José de Arruda Madureira Júnior. O pai de Simone Nunes de Oliveira, de 20 anos, o aposentado José Nunes de Oliveira, de 64 anos, foi preso por volta das 10h30 de ontem, após denúncia anônima. Ele contou ao delegado que mantinha o menino amarrado para que não arrancasse as flores do jardim.
Simone prestou depoimento à polícia ontem e alegou não saber do tratamento dado ao menino, que ficava preso no quintal da casa dos avós, perto de um cachorro pit bull e de dois vira-latas. A casa fica no bairro Apiaí, periferia de Ibiúna.
Durante o dia, a criança ficava presa no quintal, com um colchão por perto para o caso de querer dormir. À noite, os avós o retiravam do quintal. A situação acontecia havia cerca de 30 dias. Oliveira cuidava da esposa, que está muito doente. Ela também vai prestar depoimento à polícia, mas ainda sem data marcada.
De acordo com Madureira, a mãe deixou o menino há 60 dias para viver com um homem, informação que será usada como prova da desistência do filho por parte dela. O pai do garoto morreu durante uma troca de tiros com a polícia de Ibiúna, há um ano.
Segundo o delegado, um juiz decidirá sobre a guarda da criança. Por enquanto, o garoto ficará sob os cuidados do Conselho Tutelar. O avô será autuado por tortura, que prevê pena de dois as oito anos de reclusão.