Um bilhete indicando a presença de uma bomba em uma avião foi encontrado nesta sexta-feira (18) em um vôo que fazia a rota entre Londres e o Egito. A ameaça obrigou o avião a parar no aeroporto de Brindisi no sul da Itália. "Neste avião há uma bomba", dizia o bilhete, escrito em inglês e encontrado em uma das poltronas do Boeing 767 da companhia britânica Excel. O piloto decidiu então aterrissar e uma inspeção foi realizada na aeronave. Após a checagem, a polícia local negou que houvesse um explosivo no avião. "O alarme foi cancelado", disse o chefe da polícia de fronteira de Brindisi, Salvatore de Paolis.
O vôo, com 269 passageiros e nove membros da tripulação, recebeu ajuda de um caça F-16, que o acompanhou até o aeroporto no sul da Itália. Os passageiros foram retirados imediatamente após o pouso e a política antiterror inspecionou a aeronave, enquanto bombeiros estavam prontos para intervir se houvesse alguma eventual explosão.
Na semana passada, a polícia britânica anunciou a descoberta de um complô terrorista para derrubar dez aviões na rota entre a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. O plano seria executado com explosivos líquidos. Foram detidos 23 suspeitos, mas um deles já foi libertado, sem acusações.
Hoje, a polícia teria encontrado, durante as investigações do complô, pelo menos doze vídeos de "mártires", segundo a BBC. Os vídeos estavam em computadores portáteis e foram gravados por alguns dos suspeitos detidos na semana passada. Oficialmente, porém, a Scotland Yard se negou a comentar o fato.
O anúncio da ameaça levou a um aumento do controle nos aeroportos britânicos, inclusive com a proibição de líquidos na bagagem de mão – com exceção de remédios e leite para crianças. O aumento da segurança causou atrasos e cancelamento de vôos, trazendo prejuízo econômico para as empresas aéreas. A irlandesa Ryanair ameaçou hoje processar o governo britânico se, em uma semana, as medidas de segurança não fossem atenuadas. A companhia, voltada para vôos de baixo custo, informou que o aumento da segurança a partir da última semana já lhe custou 2 milhões de libras (US$ 3,8 milhões).
A Ryanair pede o fim da exigência de que todos os passageiros sejam revistados e da limitação da bagagem de mão a uma bolsa de tamanho suficiente para levar um computador portátil. Caso os pedidos não sejam cumpridos, além do processo, a empresa divulgou que pediria aos passageiros que chegassem mais cedo aos aeroportos – para evitar mais atrasos – e repassaria o custo extra em segurança para as passagens.