Os policiais militares de Araguari, no Triângulo Mineiro, ficaram surpresos ontem quando registravam o pouso de emergência do avião bimotor Seneca 2, modelo 810/C, prefixo PT-RAA, da empresa Luma Taxi-Aéreo. No interior da aeronave havia uma carga de cerca de 150 quilos de ouro em barras, avaliada em mais de R$ 3 milhões.
O piloto Charles Teixeira Fernandes disse aos policiais que acionou as torres de controle dos aeroportos de Araguari e Uberlândia por volta das 14 horas, informando sobre uma pane num dos motores. Além dele, outras três pessoas estavam no avião: o co-piloto Antônio Carlos Pereira Ribeiro e os seguranças Daniel Barroso e Emerson de Jesus Oliveira. Eles não sofreram ferimentos, mas foram levados para o pronto-socorro da cidade. A aterrissagem forçada ocorreu numa área de plantação de soja de uma propriedade rural. O trem de pouso da aeronave ficou danificado.
De acordo com o comandante da PM de Araguari, major Ademir Ribeiro Moura, um técnico da Receita Estadual constatou que a carga pertencia à empresa Rio Paracatu Mineração e que o avião seguia de Brasília com destino a São Paulo. "Houve uma preocupação em relação à carga, mas não foi levantada nenhuma ilegalidade", disse. Pela nota fiscal em nome da empresa, a carga total era de 153,5 quilos de ouro, avaliada em R$ 3.766.455,83. A Polícia Federal chegou a ser acionada, mas desconsiderou o caso depois de constatada a legalidade da carga.
Dois carros-forte de uma outra empresa de segurança foram contratados e levaram a carga até Uberlândia, sob escolta da PM. Posteriormente, o ouro foi embarcado em uma outra aeronave e levado para São Paulo. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) vai investigar as causas do acidente.