Rio de Janeiro – Apesar de ter o aval do Líbano, o C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB) que partiu nesta sexta-feira (11) para o país do Oriente Médio ainda depende do ?OK? de Israel para levar ajuda às vítimas do confronto entre as forças israelenses e o grupo armado Hizbollah. A informação é do comandante da missão, o tenente-coronel Saulo Valadares. O Hércules, nome do modelo de avião, leva 2,5 toneladas de medicamentos, além de colchões, cobertores e alimentos.
?O espaço aéreo do Líbano está totalmente monitorado por Israel, que é quem autoriza nosso pouso?, comenta Valadares. ?As negociações já começaram e prosseguem até o momento do pouso. O contato é permanente.?
O comandante conta que foi reforçada a blindagem das partes mais vulneráveis do Hércules, o que fez com que a partida da aeronave, prevista para o início da tarde, se deu por volta das 18h30. O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) deve chegar a Beirute, a capital libanesa, na terça-feira (15), depois de escalas em São Paulo e em Natal (nesta sexta), nas Ilhas Canárias (neste sábado – 15) e na Turquia (domingo ou segunda-feira).
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, embarcará no avião da FAB na Turquia e seguirá com a tripulação para o Líbano. Lá, deve fazer a entrega do material e tem reunião marcada com o presidente do país, Emile Lahoud.
Desde o início do conflito, em 12 de julho, a estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) é que 900 mil pessoas tenham sido deslocadas de suas casas e 700 mil permaneçam no Líbano. A Síria, principal destino dos refugiados, já recebeu cerca de 160 mil libaneses, e cerca de 1,5 mil pessoas cruzam diariamente a fronteira entre os dois países à procura de abrigo ? ainda segundo a ONU.