Cresceu nos últimos dias a aversão dos investidores a risco, embora ainda não o
suficiente para afugentá-los dos países emergentes, afirmou o diretor de
Pesquisa de Investimentos do banco WestLB para América Latina, Ricardo Amorim,
em entrevista à Agência Estado. "É possível que nas próximas semanas ou pelo
menos nos próximos dias os movimentos nos mercados não sejam favoráveis aos
ativos brasileiros porque está acontecendo no exterior uma elevação da aversão a
risco. Mas esse movimento não deve se manter", ressaltou. "Os investidores não
acreditam que esse movimento vá iniciar uma grande mudança de portfólios globais
de alocação de investimentos", acrescentou Amorim, falando de Nova
York.
De acordo com Amorim, além da preocupação com o enfraquecimento das
principais economias do mundo, o mercado brasileiro também refletiu ontem o
desagrado com a decisão da Internacional Trade Comission (ITC) de manter as
tarifas antidumping contra o aço importado pelos Estados Unidos do Brasil. Os
dois fatores levaram a Bovespa a ter a maior queda no ano, de 4,15%.
O
economista, no entanto, não teme que a balança comercial brasileira seja
prejudicada pela continuidade das restrições americanas ou pelo ritmo mais lento
de outras economias. "A balança comercial vai continuar a ter desempenho
excepcional", avaliou Amorim.