Em meio aos protestos dos insatisfeitos com a globalização, os governantes dos países do G8 (os sete mais ricos e a Rússia), que se reuniram esta semana em Heiligendamm, na Alemanha, pelo menos reconheceram que alguma providência mais séria precisa ser tomada quanto às emissões de gases do efeito estufa. Mas, um espera para ver o que o outro vai fazer.
Apesar do esforço pessoal da primeira-ministra Ângela Merkel, se houve algum avanço, ele passou quase despercebido em meio ao contencioso panorama gerado pelo Protocolo de Kyoto, documento norteador das medidas que cada país signatário se compromete a implantar, a fim de reduzir o impacto destrutivo do aquecimento global.
A anfitriã do encontro, que contou com a participação de cinco países convidados – Brasil, China, Índia, México e África do Sul – fez um esforço digno de um estadista preocupado com o futuro da humanidade e pressionou os governantes do G8 a, desde já, priorizar as condições para cortar 50% nas emissões até 2050.
Como o presidente George Bush é refratário à imposição de metas e exerce papel predominante no grupo, Merkel contabilizou apenas a concordância dos demais governantes em considerar a proposta, embora não tenha havido nenhuma sugestão de que um acordo final abrigaria o compromisso obrigatório de cortes sensíveis na emissão de gases poluentes.