Na semana passada, os jornais publicaram estudo realizado pelo Ipea, órgão do Ministério do Planejamento, cujo principal teor negava suposta "invasão" da floresta tropical amazônica com extensos cultivos de soja. Não é recente a preocupação levantada por instituições ambientalistas, alarmadas pela crescente derrubada de áreas de floresta para o plantio da oleaginosa.
A escalada do cultivo de soja no Brasil foi vertiginosa e, em poucas décadas, avançou do Rio Grande do Sul à Amazônia, passando por Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Atualmente, a soja é também plantada na Bahia e Maranhão, tendo chegado a vários pontos da região amazônica.
Consórcio de dezenove organizações ambientalistas -o Fórum Brasileiro -, do qual participam o World Wildlife Fund (WWF), Greenpeace e Amigos da Terra, porém, exibe fotografias aéreas para provar a ocupação de áreas desmatadas ao norte do estado de Mato Grosso, onde a soja foi plantada logo após a derrubada da mata.
Áreas dedicadas ao plantio de arroz e criação de gado haviam se deslocado, cedendo espaço à lavoura de soja. Contudo, o Fórum Brasil não entende que essa seja a situação geral da Amazônia. A idéia predominante é a hipótese da prática da agricultura intensiva na região tornar-se inevitável dentro de poucos anos.
Diante da ameaça gravíssima que paira sobre a maior floresta tropical do mundo, reacende o clamor pela adoção de normas rigorosas que interrompam o desflorestamento legal e critérios ambientais para regulamentar a expansão da agricultura.