O mercado de juros carrega muitas dúvidas a respeito de qual será a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na reunião da próxima semana. A inflação continua incomodando, mas não pode ainda ser considerada um fator determinante sobre a intensidade da redução da taxa Selic que deverá ser definida pelo comitê.
Hoje cedo, foi divulgado o Índice de Preços ao Consumidor da Fipe referente à segunda quadrissemana de novembro, na cidade de São Paulo. A taxa subiu 0,40%, ante previsões entre 0,41% e 0 46%. Também saiu hoje o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, mostrando taxa acima das estimativas. O indicador subiu 1,02%, ante projeções entre 0,73% e 1%. "A inflação deixa o mercado desconfortável, mas ainda define a aposta para o Copom", diz um operador.
Diante das indefinições, operadores acreditam que o mercado de juros deve operar hoje atrelado ao comportamento do dólar (que iniciou a manhã em ligeira alta) e com a liquidez restrita, aguardando mais indicadores e, quem sabe, algum sinal por parte do Banco Central a respeito da avaliação que a autoridade monetária faz sobre a pressão da inflação neste final de ano.
Hoje acontece uma reunião entre economistas e diretores do Banco Central no Rio de Janeiro. Amanhã, haverá o encontro do BC com economistas em São Paulo. Embora nesse encontro o objetivo do Banco Central seja ouvir o mercado, os profissionais tentarão extrair alguma informação dos diretores.