Em novembro, ao contrário do que era esperado pelos fabricantes de duas rodas associados à Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), as vendas não alcançaram a recuperação.
Novembro passado apresentou uma baixa de 16,6% nas vendas de motos para o mercado interno e de 16% na produção.
Esta foi a segunda queda consecutiva: em outubro, o mercado havia apresentado números 2% inferiores a setembro.
O balanço foi apresentado na reunião de final de ano da Abraciclo, que aconteceu durante a premiação das melhores reportagens de duas rodas feitas no País, o Prêmio Abraciclo de Jornalismo. A festa refletia o atual clima cinzento do mercado de motocicletas.
Muitos dos cerca de 100 jornalistas e empresários presentes estavam visivelmente desanimados com o tom da “comemoração”. Organizado na AMCHAM, a Câmara Americana de Comércio, que representa o país que foi o epicentro da crise mundial, o ambiente estava literalmente escuro.
Paulo Takeuchi, presidente da Abraciclo, declarou na carta da entidade que os fabricantes de motocicletas esperavam uma retomada no crescimento nestes últimos três meses, mas que o cenário foi negativo. Segundo ele, a dificuldade na aprovação de crédito e o retorno da Cofins ainda afetam a venda de motocicletas. “A procura continua alta, mas os negócios não seguem a intenção de compra.”
Takeuchi declarou que em 2010 a entidade prevê a retomada do crescimento. “Existe a perspectiva de que fechemos os números de vendas do mercado interno com um volume 15% maior do que o registrado em 2009”. Segundo o executivo, o mercado deve atingir a meta de 1.840 milhão motocicletas produzidas em 2010.
“Nossos maiores desafios no próximo ano são viabilizar a volta do crédito aos consumidores e fazer um árduo trabalho para melhorar a imagem das motocicletas” concluiu Takeuchi.
