Vinte e sete anos após seu lançamento o Fiat Uno foi substituído em maio por um modelo todo novo.
Do velho compacto, o novo Uno manteve apenas o nome. Isto foi o que constatou o Jornal do Automóvel durante o lançamento do Novo Fiat Uno, do qual participou a convite da Fiat.
A versão avaliada, a Way 1.4, tem aparência aventureira, bem ao gosto do consumidor brasileiro, emprestada pelas molduras plásticas nas laterais e acima das rodas.
Os faróis aparecem com máscara negra e as lanternas são fumê. Há ainda um “rack” de teto nesta versão.
Como um todo, as linhas do Uno são inspiradas no italiano Fiat Panda, e apresentam diversos detalhes arredondados que seguem o conceito “round square”: linhas retilíneas suavizadas nas bordas.
Sua grade preta invade o pára-choque e forma uma espécie de “bocão”, o que dá um toque de agressividade ao carro.
A lateral de linhas retas, e a traseira, com lanternas dispostas nas colunas e pára-lamas salientes, segue o desenho do Punto.
Destaque para o indicador de consumo instantâneo, também chamado de econômetro e para a luz espia de manutenção programada. Por dentro a sensação é de espaço e conforto para quatro pessoas.
E a posição de dirigir nos pareceu boa, graças às regulagens de altura no banco do motorista (opcional) e no volante (de série, apenas vertical).
A versão que avaliamos possuía vários opcionais, dentre os quais, ar-condicionado, direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos e o pacote HSD (High Safety Drive), com “airbags” dianteiros e ABS (antitravamento) e EBD (distribuição de força) nos freios. O Uno Way é um carro acessível.
Na cabine muito plástico, mas o revestimento frontal em preto brilhante e o charmoso painel dominado pelo velocímetro avantajado permitem pensar, com um pouco de imaginação, que estamos a bordo de um Cinquecento.
Sob o capô, o novo motor 1.4 Evo desenvolvido pela FPT com o objetivo de diminuir o atrito interno e beneficiar a economia de combustível. Tem boa posição de dirigir, com a maioria dos comandos ao alcance das mãos, exceto os dos vidros dianteiro localizados no painel.
O volante tem regulagem em altura e boa pega. A visibilidade traseira lateral prejudicada pela largura da coluna C é compensada pelos retrovisores enormes.
O desempenho é bom, mas o motor só “acorda” a partir das 3.000 rpm, bem próximo da faixa ideal de torque (3.500rpm).
Os engates do câmbio têm precisão, mas o curso continua longo. A suspensão transfere um pouco as irregularidades do piso para o habitáculo.
O comportamento dinâmico é bom, sem sustos em curvas e em frenagens de emergência. Colocando o “design” como prioridade, o carro é diferente e charmoso, chamando a atenção por onde passa. Um carro que tem tudo para agradar o consumidor brasileiro. (BN)
Ficha técnica
Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote.
Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto seqüencial.
Transmissão: Câmbio manual de cinco marchas à frente e uma a ré.
Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência: 85 cv a com gasolina e 88 cv com álcool a 5.750 rpm.
Torque: 12,4 kgfm com gasolina e 12,5 kgfm com álcool a 3.500 rpm.
Suspensão
Dianteira: Independente do tipo McPherson, com braços oscilantes inferiores transversais, molas helicoidais, amortecedores hidr&aac,ute;ulicos e barra estabilizadora.
Traseira: Semi-independente por eixo de torção, molas helicoidais e
amortecedores hidráulicos. Não oferece controle de estabilidade.
Freios: Discos sólidos na frente e tambores atrás. Oferece ABS e EBD como opcionais.
Carroceria: Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares.
Com 3,77 metros de comprimento, 1,65 m de largura, 1,55 m de altura e 2,37 m de distância entre-eixos.
Oferece airbag duplo frontal.
Peso: 940 kg, com 400 kg de carga útil.
Porta-malas: 290 litros.
Tanque: 48 litros.
