Uma senhora pá de polenta confeccionada há 51

O que tem a ver uma pá de polenta confeccionada há 51 com um automóvel Chevrolet fabricado há 69 anos?

Tudo a ver, pois, ambos são objetos de coleção no caso do curitibano A. Bora, preservador do passado.

Entre outras coisas, ele possui um automóvel Chevrolet 1940, duas portas, motor de 6 cilindros em linha, câmbio a vácuo de três marchas à frente e com feixe de mola nas quatro rodas.

Outra peça rara da sua coleção é uma bicicleta alemã marca Durkop, ano 1951 que seu pai Antonio usava para “pequenas” viagens de visita a parentes seus em cidades tais como a Lapa e Serrinha/PR, aposentando-a em 1971. O veículo, restaurado por Bora, possui dínamo, farol e nota fiscal de compra.

Além disso, possui ele mais duas bicicletas marca Prosdócimo, uma Ralleigh, uma Huskwarna e uma Erlan, todas fabricadas entre 1949 e 1960, totalmente recuperadas.

Isto para não falar sobre a lanterna a querozene marca Feverhand, de fabricação alemã da década de 1910, que seu avô utilizava para arrebanhar vacas num sítio na região da cidade da Lapa, além de 3 lampiões de pavio alemães, máquina registradora marca National da década de 1950, aparelho de calibrar o ar de pneus da década de 1950, macaco de carro de 1929, bomba de poço inglesa com mais de 100 anos, um rádio do tipo capelinha e um relógio-ponto marca Rod Bell com caixa de madeira, de 1950.

Na sala de visitas da sua residência está estacionado um mini-carro movido a pedal que é uma réplica do automóvel Austin A-40, fabricada na Inglaterra em 1950. Ah, íamos esquecendo da história da pá de fazer polenta.

Aliás, comer polenta deve ser bom para o crescimento da pessoa, pois, o próprio Bora já chegou a 1,95 metro de altura. Ocorre que a sua mãe, a senhora Catarina Tessari Bora, contraiu matrimônio com o senhor Antonio no dia 3 de maio de 1958 e já na primeira semana do seu casamento teve que fazer uma polenta para seu marido.

Ela mesma pegou um sarrafo e com a ajuda de um facão confeccionou uma pá. Dali para a frente teve três filhos e ao longo de 46 anos usou a mesma pá para fazer polentas e alimentar a tropa.

De tanto ser usada e ter seu cabo batido e esfregado contra a borda da panela de ferro apropriada para esse fim, a pá foi desgastando, afinando e ficou reduzida quase à espessura de um dedo.

Então, o objeto recebeu sua aposentadoria em 2004, quando Bora decidiu não joga-lo fora, mas, anexa-lo á sua coleção de antiguidades, preservando-o carinhosamente como uma recordação do trabalho executado por sua mãe durante tanto tempo. Agora, a pá ganhará quadro com moldura.

Com base na informação da senhora Catarina de que fazia uma polenta por semana (deveria ser uma baita, para cinco pessoas), podemos dizer que com aquela pá ela fez 2.208 polentas durante 46 anos.

Bem, na semana do dia 3 de maio próximo essa pá histórica fará aniversário de 51 anos de idade e certamente o evento será comemorado com uma bela polenta com radite pelos familiares dela.

Então está explicado: é isso o que tem a ver uma pá de polenta com um Chevrolet 1940! Na ilustração, mostramos o Bora, seu Chevy 1940 negro e a pá de polenta na sua mão.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo