Um multiuso prático e de respeito

O segundo carro que a Honda produz no Brasil se mostra altamente competitivo, com bom desempenho, muito espaço interno, prático, confortável e seguro.

Embora a Honda insista em classificar o Fit como um veículo multiuso, a “disputa” deste veículo vem ocorrendo no segmento das minivans, com o M-Benz Classe A e o Chevrolet Meriva, além da concorrência indireta do “hatch” Citroën C3.

Mesmo com o motor 1.4 de menor potência entre eles, o Honda Fit provou durante nossa avaliação que é um concorrente altamente respeitável e chegou para “brigar pra valer” por um espaço no segmento das minivans, pois possui um visual moderno e grande versatilidade interna. Externamente, o carro é pequeno, com um amplo pára-brisa e dianteira curta, bem ao estilo da tendência de “design” de vanguarda.

A traseira é caracterizada pelo seu corte vertical. O pára-choque, na mesma cor do carro, é integrado à carroceria e aos pára-lamas. As lanternas, de desenho triangular, são bonitas e acompanham as linhas da tampa do porta-malas, avançando também pelas laterais. A tampa traseira possui bom ângulo de abertura, o que facilita o acesso de bagagens ao porta-malas.

O Honda Fit tem 3,83 metros de comprimento, com 1,67 metro de largura e 1,52 metro de altura. Trata-se do menor modelo entre os concorrentes, o que favorece a dirigibilidade e as manobras. Os bancos seguem o sistema modular ULT, com dez configurações, facilitando a acomodação dos passageiros e da bagagem a ser transportada. A sua capacidade de carga pode variar de 353 litros a 1.321 litros, com os encostos dos bancos traseiros rebatidos.

Revestido em plástico escuro e de textura rugosa, seu painel conta com conta-giros, velocímetro e demais instrumentos em posições de fácil leitura. O volante de três raios tem a mesma textura do painel, boa empunhadura e pode ser regulado em altura, mas não em profundidade. Na versão básica, o “airbag” para o motorista é de série, assim como o ar-condicionado, trio elétrico e preparação para som.

O Honda Fit é equipado com motor 1.4 litro de 8 válvulas, SOHC i-DSI (ignição dupla seqüencial inteligente), que favorece o uso urbano, onde o veículo é mais exigido em baixas rotações. O consumo do carro varia nas médias de 9,8 km/litro na cidade e 13,4 km/litro na estrada. As retomadas de velocidade são muito boas, uma vez que seu motor de 80 cv chega a 11,8 kgfm de torque em apenas 2.800 rotações por minuto. No primeiro momento, a impressão que se tem do motor é de que ele é fraco. Mas após alguns quilômetros rodados, o motorista já tem outro conceito sobre o seu moderno propulsor. A versão testada (LX) veio equipada com câmbio manual de cinco marchas, com boa relação de marchas.

O carro se mostrou muito estável nas curvas e retas, e os freios garantem segurança nas frenagens fortes, já que é dotado dos sistemas ABS e EBD. O preço sugerido da versão básica do Honda Fit é de R$ 34.990,00 valor que pode aumentar, dependendo de acessórios. (ACB)

Câmbio automático mais acessível

Adquirir um carro com transmissão automática ficou um pouco mais acessível com a chegada ao mercado do Honda Fit, a partir de R$ 38.490,00, na versão LX. Trata-se do modelo com câmbio automático mais acessível do mercado brasileiro.

Essa versão oferece de série, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico e “air bag” para motorista. A diferença para a de câmbio manual é de R$ 3.500,00. Pode parecer muito, mas é uma ótima opção para quem circula muito na cidade e busca conforto.

O Fit tem motor 1.4 de oito válvulas que rende 80 cv de potência a 5.700 rpm e torque de 11,8 mkgf a 2.800 rpm. A transmissão possui relações variáveis, ou seja, permite que o motor trabalhe em faixas de rotação mais eficazes, o que promete melhorar consumo e manter a condução mais suave.

O câmbio CVT (sigla de Continuously Variable Transmission) oferece as posições convencionais da caixa automática: “P” de estacionado, “R” para marcha à ré, “N” de neutro e “D” de dirigir. Além dessas, há a “S” para condução esportiva e a “L” para subidas ou descidas íngremes ou ainda em locais de lama e areia, o que limita a relação de tração e evita que as rodas patinem.

Dependendo da condição de uso, com a alavanca do câmbio em “D” poderá privilegiar o consumo, quando se dirige em velocidade e aceleração constantes, ou em situações como no trânsito, quando se exige relações de marchas mais reduzidas e trocas freqüentes. Na opção “S”, o motor trabalha em faixas de rotação mais altas e relações de marchas reduzidas.

Outra situação ideal para utilizar o câmbio do Honda Fit na posição “S” é em estradas sinuosas (serras, por exemplo), quando se exige mais aceleração nas saídas de curvas e o freio-motor trabalha mais intensamente para diminuir a marcha na próxima curva. Na prática, a transmissão CVT mostrou suavidade e conforto – não se sentem solavancos, comuns em modelos mais antigos. Se na cidade o câmbio automático é ideal para enfrentar os congestionamentos, na estrada o Fit CVT mostrou eficiência em retomadas, ultrapassagens e subida de serra. O sistema responde prontamente e a viagem torna-se menos cansativa e agradável.

O consumo não foi tão econômico quanto se esperava, ainda que utilizando o ar-condicionado: na cidade o Fit fez 7,9 km/l e na estrada a 120 km/h, 12,7 km/l. A montadora não divulga esses dados, mas durante a avaliação, o indicador no painel mostrou valores próximos. Mas essas marcas costumam variar de motorista para motorista, principalmente pela sua maneira de dirigir. Em suma, o Fit é um carro multiuso confortável, agradável de dirigir e econômico. (ACB)