São 33 milhões de unidades espalhadas pelo mundo. Estamos falando de um senhor de 42 anos, que goza de respeitada experiência, calejado pelas evoluções dos tempos, mas que, por aqui, já não comanda o baile. De cara nova, cheio de novidades, o Corolla desembarca no mercado, nesta semana, com o mesmo carisma de décadas atrás, mas com credenciais tecnológicas e mimos que vão provocar o exigente motorista brasileiro.
Quando Shotaro Kamiya, presidente da Toyota na década de 60, capitaneou a criação do novo carro, queria algo que atendesse aos exigentes japoneses, com espaço interno, robustez e economia. O Corolla surgiu como modelo 1966. Tinha motor de 1.077 cc e 60 cv. Como pesava apenas 700 quilos, tinha excelente desempenho. Mas não imaginava a migração do carro para o disputado segmento dos sedans médios cheios de equipamentos, hoje sonhos de consumo dos bem sucedidos homens de classe média.
Este simpático vermelhinho que mostramos nesta edição é um modelo 68, restaurado com riqueza de detalhes pela Sulpar, uma das concessionárias que representam a marca em Curitiba. Apesar da tração traseira e parcos 3,84 metros de comprimento, tem espaço interno surpreendente. Naquela época, já trazia suspensão dianteira independente MacPherson, conjugada com um feixe transversal que garantia extrema estabilidade.
Antônio Marcelo, funileiro da Sulpar que cuidou diretamente do restauro da relíquia, conta que várias peças do modelo atual foram aproveitadas. ?Há 40 anos já se usavam várias tecnologias que são empregadas até, como as borrachas das portas, vários encaixes e esquemas de montagem?, relata.
Lado a lado, precursor e noviço nos fazem viajar pela evolução dos automóveis. Pra gerar espaço interno, há muito que o motor tornou-se transversal, acoplado a eficientes sistemas de tração dianteira. O câmbio automático, que no início trazia somente duas marchas e gerenciamento puramente hidráulico, hoje tem quatro e recebe ordens de um computador.
Aliás, mecanicamente o modelo 2009 traz poucas novidades. O motor é o mesmo da versão anterior, 1.8 de 136 cv (abastecido com álcool 132 cv com gasolina), com comando variável, e as opções de transmissão continuam mecânica de cinco marchas ou automático com quatro. Suspensões idem. É a tradicional simplicidade Toyota em prol da fama de inquebrável.
O que se nota no carro que está sendo apresentado agora é um cuidado maior com o conforto e a conveniência. Detalhes mais bem acabados demonstram que a montadora está disposta a voltar para a briga pelo topo do segmento. Atualmente, o Corolla é apenas o terceiro no ranking, atrás de Honda Civic e GM Vectra.
As novas linhas ressaltam a beleza natural do modelo e possuem toques de esportividade. O capô, com vincos acentuados, forma um conjunto harmônico ao se integrar ao quadro do pára-brisa, ao pára-choque de linhas marcantes e aos pára-lamas dianteiros. A grade do radiador com barras horizontais e os grandes faróis de formato alongado com três parábolas internas se encaixam com perfeição ao conjunto. Na lateral, destaque para a linha de cintura alta e pelo teto de perfil baixo. Na traseira se sobressai a tampa do porta-malas, que acompanha em perfeita harmonia o caimento da coluna C. Ficou com cara de Camry, seu irmão maior.
O design interior transmite modernidade. Conta com porta-luvas duplo, 17 porta-objetos e oito porta-copos distribuídos pelo console central, lateral das portas, parte posterior do banco dianteiro e painel frontal. Claramente a Toyota tentou combater o maior alvo de críticas do carro, o interior pobre.
Os equipamentos serão, claramente, o maior apelo de venda, especialmente na versão intermediária (XEi). De série, traz ar-condicionado digital, acendimento automático dos faróis, computador de bordo com cinco funções (cuja ausência é uma das grandes falhas do Civic), retrovisores retráteis e comandos no volante. As rodas são de 16 polegadas. Na versão SE-G, top de linha, acabamento em padrão madeira, cromados, banco do motorista com regulagem elétrica, piloto automático e sensor de estacionamento traseiro e lateral. Enfim, requinte de sobra, respaldado por uma garantia de 3 anos.
Os ávidos motoristas podem conhecer o novo modelo a partir de amanhã, nas revendas autorizadas.
Ficha técnica
Motor
Flex, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16 válvulas
Cilindrada
1794
Potência
136 cv (álcool) e 132 (gasolina)
a 6 000 rpm
Torque
17,5 (álcool) e 17,3 (gasolina) mkgf a 4200 rpm
Câmbio
Automático de quatro marchas ou mecânico de cinco, tração dianteira
Comprimento ? 4,54 m
Largura ? 1,76 m
Altura ? 1,48 m
Entreeixos ? 2,60 m
Peso ? 1260 kg
Porta-malas ? 470 litros
Preço
XLi manual – R$ 62.000,00
XLi automático – R$ 66.000,00
XEi manual – R$ 67.500,00
XEi automático – 72.500,00
SE-G – R$ 87.300,00