Após conhecerem um pouco da história de Porto Velho/RO, os motociclistas paranaenses retomam o caminho rumo ao Caribe: “A viagem de barco pelo rio Madeira foi outra experiência gratificante.
O pessoal da região acomodado em redes e numa convivência harmoniosa. Conversas interessantes sobre a região e seus costumes, muitos estrangeiros, estudantes, aposentados e profissionais não brasileiros de olho nas riquezas da Amazônia.
O encontro do Rio Madeira com o Rio Negro foi emocionante, com as águas turvas do Madeira contrastando com as águas escuras do Negro. No porto de Manaus, saímos logo para a estrada pois, estávamos preocupados com a chegada a Caracas, onde os familiares nos encontrariam.
No trecho Manaus a Boa Vista/RR passamos pela reserva indígena Waimiri Atroari, num trajeto de cerca de 200 quilometros de estrada mal conservada onde não se pode parar e fotografar e com horário de tráfego: o trânsito só é permitido entre as 6h e 18h.
A menos que você seja estadunidense falando inglês, idioma que os índios entendem. Informações ao longo do trajeto dão conta de que alguns índios só falam a sua língua e o inglês, não sabendo se expressar em português.
As 350 ONGs atuantes realmente estão trabalhando para internacionalização da região. Será que vamos perde-la? Em Boa Vista encontramos amigos de São Mateus do Sul, que moram lá e nos deram boas informações sobre a Venezuela, a menos de 200 quilometros dali.
Na divisa com este país (Pacaraima), providenciamos os documentos necessários para nele ingressar e no dia 19 de agosto estávamos rolando em território venezuelano.
No trajeto, vilas indígenas bem organizadas, voltadas ao turismo, passagem por uma bela região chamada Gran Sabana, com bonitos rios e cachoeiras, planícies extensas e uma excelente estrada. Dois dias depois estávamos em Caracas.
Procurando hotel num trecho congestionado, a janela do carro ao meu lado foi aberta e alguém perguntou, em português: “Estão vindo do Brasil? Morei 20 anos em São Paulo. Vou leva-los a um hotel”. Jorge, brasileiro casado com venezuelana, nos levou a um hotel 5 estrelas de custo acima do desejado.
Outro brasileiro, Fábio, um nissei casado com a cunhada de Jorge, nos levou à pousada de um parente seu. Bom lugar e preço ótimo. Conversando com Fábio dissemos a ele que nos encontraríamos com familiares no dia seguinte, no aeroporto. Indagado sobre o vôo, imediatamente ligou seu telefone celular, falou com seus colegas de trabalho e informou: “Estarão esperando com cadeiras de rodas para as mulheres que têm dificuldade de locomoção”.
Fábio é o responsável pelas operações de pista da empresa aérea que transportou nosso pessoal a Caracas. Perguntou ainda onde deixaríamos as motos e providenciou tudo: as motos ficaram na garagem do Jorge e as bagagens na casa do Fábio. Podemos nos queixar de azar ou de hospitalidade?
Claro que não! Dia seguinte encontramos os familiares no aeroporto: Ana Amélia, minha esposa; Rosália Topp, minha tia; Caetano, Rachel e Luís Fernando, respectivamente meus filhos e neto; Jurema e Tiago, esposa e filho de Clodoaldo; e Marlene, esposa do Zaca.
Vandete, esposa do Nélio e Miriam chegaram no dia seguinte. Nesse dia fizemos um passeio por Caracas, observando metrópole com características diversas, região antiga e moderna, morros como o que seriam as favelas do Rio de Janeiro, mas, com construções em alvenaria e certamente mais seguras.
Trânsito muito rápido e com pouca sinalização, confuso para nós, mas bem mais eficiente que o observado nas grandes cidades brasileiras”. Na foto, flagrante da parada na estrada Manaus-Boa Vista. A história continua…