Responsável pela circulação do óleo lubrificante no motor, a bomba de óleo é um item fundamental em qualquer automóvel. Sem ela, não há a lubrificação dos componentes internos, indispensável para o funcionamento de todo o conjunto mecânico. A TAKAO, marca de componentes para motor comercializada pela Goop Distribuidora, tem em seu portfólio um amplo leque de bombas de óleo, para diferentes modelos de veículos. Marlon Silva, coordenador técnico da marca, explica como esse dispositivo funciona e as principais causas de problemas que podem afetá-lo.
Conhecendo a bomba de óleo
A bomba de óleo desempenha um papel semelhante ao do coração. Assim como o órgão humano é responsável pelo bombeamento do sangue para todo o corpo, ela tem por finalidade garantir o deslocamento do óleo lubrificante pelo interior do motor. Isso ocorre por meio da captação do óleo no cárter, para a distribuição na linha de pressurização, que fará a lubrificação do virabrequim, eixo de comando, tucho, galerias, mancais e demais peças mecânicas.
Existem diferentes tipos de bombas de óleo. Cada qual, com um funcionamento distinto, mas todos com a mesma finalidade: garantir a circulação do óleo e a lubrificação das peças do motor. Uma das mais comuns é a bomba de rotor. Bastante eficiente e confiável, esse sistema é montado diretamente na ponta do virabrequim, que funcionam em sincronia, garantindo que a dispersão do óleo ocorra com maior rapidez, além de ser menos propenso a panes causadas por quebras de correias.
Sua concepção consiste no uso de dois rotores, um externo e outro, interno. Ao girar, o virabrequim movimenta o rotor externo, fazendo o deslocamento do óleo, captado por um tubo pescador ligado ao cárter. Quando o motor é acionado, a bomba puxa o óleo através do tubo pescador, que é direcionado para o filtro de óleo, e de lá segue para todos os pontos que serão lubrificados.
Outra função da bomba de óleo é garantir a correta quantidade do lubrificante durante o processo de lubrificação. “Ela não pode ser insuficiente e tampouco, excessiva”, explica Marlon Silva. Para isso, o componente conta com uma válvula de alívio, que controla com exatidão o volume de óleo. Também chamada de válvula by pass, ela tem por função reduzir a pressão do óleo em regime de altas rotações. Quando o sistema opera em um regime de rotações muito elevado, a pressão no sistema fechado do motor aumenta. Por isso, é importante evitar um aumento abrupto da pressão do óleo. E é aí que a válvula de alívio entra: ela regulariza o fornecimento do lubrificante para o motor, por meio de um pistonete, que se abre e se fecha, de acordo com a pressão exercida. Quando a compressão se torna muito alta, ela empurra a válvula para abri-la, permitindo que o óleo retorne para o cárter. Dessa forma, se obtém a diminuição da pressão dentro do motor. Com isso, a válvula retorna à sua posição original, através de uma mola, que empurra o pistonete para a fechá-lo, até o próximo ciclo de alta pressão.
Causas de falhas
Embora sua função seja a de garantir a circulação do óleo pelo motor, a bomba de óleo não é responsável por pressurizar o sistema. Isso ocorre de forma indireta, através do deslocamento do óleo por entre as folgas das engrenagens internas e de componentes como o virabrequim e o eixo de comando. Esses espaços, na casa centesimal entre as peças, são propositadamente projetados para garantir que o óleo seja pressurizado ao passar por elas. No entanto, em situações de desgaste excessivo ou falhas de montagem, poderá haver o comprometimento do processo, com folgas aumentadas, permitindo que o óleo escape entre elas e não circule corretamente.
Fazendo um paralelo com uma situação doméstica, seria como uma mangueira cheia de furos, em que a água vazaria no trajeto entre a torneira até o esguicho, chegando com baixa pressão e em quantidade insuficiente. O mesmo ocorre quando os espaços entre o sistema de pressurização do óleo do motor estão prejudicados, gerando perdas e vazamentos, além de redução na pressão e do risco de danos aos componentes, pela falta de lubrificação. Neste último caso, temos a perda de sustentação hidrodinâmica, quando as diferentes peças se movem sobre o filme do óleo formado sobre suas superfícies, evitando atritos. Sem ela, haverá o atrito contínuo e desgaste excessivo, podendo, inclusive, levar as partes a se fundir no interior do motor.
Outra situação comum é a carbonização do lubrificante, provocada pela troca de óleo fora do prazo estipulado pelo fabricante. Um óleo gasto acumulará sujeira que, com o tempo, desgastará os rotores da bomba e sua carcaça, prejudicando seu funcionamento e comprometendo a lubrificação do motor. Com o tempo, os danos atingirão os demais componentes, vindo a afetar todo o sistema. Problemas com a válvula de alívio também são prováveis de acontecer, quando detritos de óleo vencido impregnam o dispositivo, impedindo sua abertura, impedindo a saída do lubrificante do interior da bomba e consequentemente, a lubrificação, o que diminui a pressão do óleo do motor. O coordenador da TAKAO ressalta que o uso de óleo contaminado é uma das principais causas de danos ao motor.
Para a identificação de falhas, são utilizados equipamentos como o manômetro, que mede a pressão do óleo. Da mesma forma, uma verificação visual no interior do motor mostrará a presença de carbonização das peças e a presença de borras de óleo. Nesse caso, o ideal é realizar a desmontagem do motor, a remoção de todos os tampões das galerias de óleo e realizar uma limpeza específica em retíficas especializadas, para a recuperação do motor.
Marlon Silva conclui que a melhor forma de se evitar danos à bomba de óleo é seguir os procedimentos de manutenção indicados pelos fabricantes, respeitando os prazos de revisão preventiva e realizando regularmente a troca do óleo lubrificante, conforme a especificação descrita no manual do veículo. (Foto: TAKAO/Divulgação).