Para os consumidores, o carro ideal seria aquele que reunisse dirigibilidade, porta-malas e "design" esportivo de uma ?station? e espaço interno e versatilidade de uma minivan. E para atender esse desejo do consumidor, a Volkswagen lançou a SpaceFox, com a difícil missão de servir ao mesmo tempo a dois segmentos distintos de veículos, o das minivans e o das peruas.
E parece que a Volks alcançou seu objetivo com o lançamento da SpaceFox, uma vez que sua "sportvan" atende dois importantes requisitos: ter o espaço e a versatilidade das primeiras e a esportividade e dirigibilidade das últimas. Embora desenvolvido por brasileiros, o veículo é produzido na planta argentina de General Pacheco. Na dianteira a SpaceFox tem o mesmo visual do Fox exportação, com "design" inspirado nas tendências mundiais de estilo da VW, em que o "V" pronuncia-se do capô dianteiro em direção ao pára-choque.
Na sua traseira, o que mais chama a atenção são as lanternas, que exibem desenho assimétrico, avançando sobre a tampa do porta-malas – lembrando um pouco as do Passat Variant – e traz elementos circulares de contorno cromado.
O vidro traseiro, ao contrário do Fox, é levemente curvado e avança sobre as colunas "C", abraçando-as.
O destaque nas laterais fica por conta da linha de curvatura do teto, que se eleva até a coluna B, e cai levemente a partir desse ponto. As rodas medem 15 polegadas e são calçados com pneus 195/55 R15. O porta-malas do SpaceFox é bem espaçoso. Oferece 430 litros com os bancos traseiros na posição normal, 527 litros com os bancos totalmente encostados para a frente e 1.385 litros com eles rebatidos.
Como foi desenvolvido de dentro para fora, internamente o SpaceFox oferece bom espaço e conforto para todos os ocupantes. O novo VW será oferecido em duas versões de acabamento. A básica Plus e a "top" de linha Confortline. Em ambas, ar-condicionado, trio elétrico, direção hidráulica e banco do motorista com ajuste de altura fazem parte da lista dos equipamentos de série.
A Confortline vem, ainda, com detalhes internos em Satim (maçanetas internas, anel da coifa da alavanca de câmbio, botão do freio de mão e moldura do console central). O "air bag" duplo e o CD player com função MP3 são opcionais nas duas versões. (BN)
OLHO CLÍNICO
O acabamento interno do Space é praticamente o mesmo do Fox. A diferença está no console que conta com friso horizontal de alumínio, ao centro, sobre o CD player, duas tonalidades de cor, e pequeno porta-luvas com tampa. De resto, a perua herdou os mesmos porta-objetos do compacto, que também são apertados. O painel e os botões que controlam o sistema de ar-condicionado são os mesmos do Fox nacional.
A regulagem da altura dos bancos dianteiros é feita por meio de uma alavanca à esquerda do assento. O volante tem boa empunhadura e peso adequado à sua proposta de esportividade, garantindo rigidez em altas velocidades e leveza em manobras de estacionamento. Herdada do Fox, a alavanca do câmbio agrada por seus engates precisos. A posição de dirigir é elevada, proporcionando visão privilegiada ao motorista. Mas a lateral do console chega a encostar na perna direita, causando incômodo após algum tempo ao volante.
O motor, que equipa as duas versões do SpaceFox, é o EA 111 1.6 8V Total Flex que desenvolve 101 cv de potência máxima quando abastecido com gasolina e 103 cv com álcool e torque máximo de 14,3 mkgf com gasolina e 14,5 mkgf com álcool, ambos com 3.250 rpm. Com essa motorização e o câmbio manual MQ-200 (segundo a montadora), acelera de 0 a 100 km/h em 11,1 segundos (100% de gasolina) e atinge velocidade máxima de 173 km/h. Abastecido com álcool leva 10,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h e tem velocidade final de 175 km/h.
Durante avaliação o SpaceFox mostrou bom desempenho e estabilidade. Em trecho de serra pudemos sentir que mesmo com o acréscimo de 38 cm em relação ao irmão Fox, essa Sportvan tem uma boa estabilidade nas curvas. Mesmo em curvas fechadas feitas em altas velocidades, a carroceria mostrou firmeza e não oscilou. Conseqüência do bom trabalho da engenharia, a "sportvan" da Volks se mostrou bastante agradável de dirigir.
Seu motor 1.6 em conjunto com o câmbio manual de cinco marchas corresponde a sua proposta. Mas o barulho provocado pelo motor, em altas rotações, provoca certo desconforto. Mas nada comprometedor. Para completar, as retomadas são rápidas e precisas. Mesmo assim, acreditamos que um propulsor de 1.8 litro cairia como uma luva no SpaceFox. A versão de entrada da perua chega a partir de R$ 45.650,00 equipada com ar-condicionado, direção hidráulica e trio elétrico de série. A opção topo de linha, por sua vez, é cerca de R$ 2 mil mais cara. (BN)
FICHA TÉCNICA
Motor: Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, comando simples variável, 8 válvulas, bicombustível
Cilindrada (cm³): 1.599
Potência (cv): 101 (103) a 5.750 rpm
Torque (kgfm): 14,3 (14,5) a 3.250 rpm
Câmbio: Manual de cinco marchas
Comprimento (m): 4,18
Largura (m): 1,66
Altura (m): 1,57
Entre-eixo (m): 2,46
Porta-malas (l): 430
Peso (kg): 1.180
Suspensão: Independentes tipo McPherson com barra estabilizadora na dianteira, e independente com braço longitudinal, na traseira
Freios: discos ventilados na frente e tambores, atrás.