Saci Pererê X Cachorro nas históricas corridas de carreteiras

No mundo das competições de carreteiras (carros de rua preparados para as pistas de corrida) no Brasil, sem dúvida alguma teve como equipe mais famosa a “Galgo Branco”, do Rio Grande do Sul.

Mais famosa tanto pelo número de pilotos quanto de carros integrantes, pelo número de vitórias obtidas, sobretudo em provas de média e de longa duração no Brasil e em outros países sul-americanos e ainda pela qualidade de seus pilotos, entre os quais o mais destacado foi Catharino Andreatta.

O símbolo que caracterizava as carreteiras da equipe era a imagem de um cachorro da raça galgo, de cor branca, em pleno salto, pintada nas portas do carro. Nas corridas de antigamente, quando aparecia um carro com esse símbolo, os concorrentes já sabiam que “naquela cuia tinha chimarrão”.

A escuderia foi fundada em 1935 pelos pilotos João Caetano Pinto, Norberto Jung, Olintho Pereira e Oscar Luiz Bins. Em 1939 nela ingressaram os irmãos Catharino e Julio Andreatta.

Um dos mais famosos pilotos de carreteira paranaenses – Haroldo Vaz Lobo, falecido recentemente em Curitiba – fez parte dela também, além de outros nomes por demais conhecidos no mundo das competições automobilísticas de outrora tais como Aldo Costa, Breno fornari, Diogo Luiz Ellwanger, Nactivo Comozzato, Dirceu Oliveira, Homero Antonio Zani, Valentin Moraes, Selvino Di Nardo, João Nascimento, Antonio Tergolina, Francisco Luiz, Raul Wigner, Enio Schmidt, João Carlos Steiner, Geraldo Goldemberg, Haroldo Dreux, Raimundo Castro, Vitório Andreatta, Simão Chedid Sobrinho e José Rimoli.

Basta dizer que, carros dessa equipe venceram por três vezes a mais importante prova de longa duração brasileira, as “Mil Milhas”, no autódromo de Interlagos/SP. 

Mas, havia outro famoso piloto gaúcho não pertencente à “Galgo Branco” – Argemiro Adolfo Pretto, que teve sua carreteira Chevrolet atropelada por um trem no “GP Getúlio Vargas”, prova de estrada em São Paulo – o qual certamente era brincalhão e gostava de provocar os pilotos daquela equipe.

Argemiro pintou nas portas de sua carreteira a imagem de um Saci Pererê montado num cavalo branco e comentava que, para bater os Galgos Brancos bastava um Pretto com uma perna só! Numa foto, antigas carreteiras da “Galgo Branco”, prontas para uma largada. Na outra, réplica da carreteira de Argemiro, construída por seus filhos.

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